A trajetória de Antonio Carlos Belchior - do nascimento, no interior do Ceará ao derradeiro autoexílio, em Santa Cruz do Sul (RS) - contada pelo jornalista Jotabê Medeiros foi apresentada na noite desta terça-feira (14) no auditório Barbosa Lessa do Centro Cultural CEEE Erico Verissimo, na programação da Feira do Livro. Em debate com o jornalista Juremir Machado da Silva, Medeiros falou sobre os desafios de produzir, ao longo de um ano e meio, a obra Belchior: Apenas um Rapaz Latino-Americano, que traz ainda os anos finais de exílio do cantor e compositor, que morreu em abril deste neste ano em Santa Cruz do Sul.
– Escrever a biografia sobre ele foi mexer nesse vespeiro de avaliações e carinhos que as pessoas sentem por Belchior. Não há, dentro da elite do MPB, um cara que tenha produzido cinco obras primas em sequência. Belchior fez isso – comentou Medeiros.
Jornalista cultural, Medeiros defendeu um ponto que já havia defendido no livro: como o mito criado em função do desaparecimento de Belchior contribuiu para a redescoberta de sua música junto a uma geração mais jovem.
– São versos que acompanham gerações. E essa capacidade dele vai se transformando com o tempo – comenta Medeiros.
Nascido em Sobral, no sertão cearense, Belchior era o 13º irmão de uma família que contava mais de 20 filhos. Seus últimos dias foram em Santa Cruz, interior do Rio Grande do Sul. A obra aborda a formação do cearense como monge no mosteiro dos Capuchinhos em Guaramiranga (CE) e sua carreira artística.