
Mesmo que Fernanda Torres não queira que o país entre em clima de Copa do Mundo, não tem mais jeito: o Brasil está totalmente oscarizado. E não é para menos. Ainda Estou Aqui, filme protagonizado pela atriz, está concorrendo em três categorias do Oscar 2025 e com grandes chances de sair com, pelo menos, uma estatueta.
A vitória nacional na disputa pelo prêmio de melhor filme internacional é apontada pelos principais portais especializados em cinema do mundo. Nas demais categorias, as chances brasileiras diminuem — mas o sonho de ver Fernanda Torres aclamada como melhor atriz não pode ser totalmente desconsiderada.
Já na categoria principal, a de melhor filme, na qual Ainda Estou Aqui também figura entre os 10 nomeados, as chances são bem menores, com preferência para Anora, Conclave e O Brutalista. Mesmo assim, o longa-metragem de Walter Salles não deve desagradar os votantes e, ainda que não leve o grande prêmio da noite, deve figurar entre os mais bem cotados.
A cerimônia de entrega do Oscar ocorre neste domingo (2), a partir das 21h. A apresentação será do comediante e apresentador de televisão Conan O'Brien. Confira como os grandes sites, jornais, revistas e casas de apostas do mundo estão projetando que vai ser a distribuição dos prêmios nas principais categorias.
Melhor filme
Anora, de Sean Baker, é o grande favorito da categoria. O longa-metragem estrelado por Mikey Madison saiu com prêmios dos principais sindicatos de Hollywood: dos produtores, dos diretores e dos roteiristas. Dessa forma, é a aposta mais certeira dos veículos e está dominando as casas de apostas.
A Variety, por exemplo, crava que Anora deve vencer o principal prêmio da noite, deixando uma brecha para uma eventual consagração de Conclave. Porém, a revista destaca que Ainda Estou Aqui deveria levar a estatueta.
A The Hollywood Reporter também aposta em Anora para a distinção, mas destaca que O Brutalista deveria sair campeão. O jornal The New York Times acompanha as demais publicações e acredita que Anora vai vencer.
O Gold Derby, plataforma especializada em previsões da temporada de prêmios, também eleva Anora ao grande prêmio da noite, sendo seguido por Conclave e O Brutalista. Ainda Estou Aqui ocupa apenas a oitava posição da lista de preferência.
Melhor filme internacional
Se não temos muitas chances no Oscar de melhor filme, o cenário muda totalmente na categoria de melhor filme internacional. Depois das polêmicas envolvendo Emilia Pérez, Ainda Estou Aqui desponta como favorito.
Inclusive, nas casas de apostas, como a estrangeira FanDuel, o longa nacional tem cotação de -160 — ou seja, para ganhar US$ 100, é preciso apostar, pelo menos, US$ 160. Assim, o investimento é maior do que o possível prêmio. No caso, o vencedor sairia com US$ 260. Não dá para dobrar, por exemplo. No mundo das bets, isso é um bom sinal.
Nos veículos de imprensa, o título dirigido por Walter Salles também domina. Nas predições do The New York Times, do The Hollywood Reporter, da Variety e do Gold Derby, a preferência é por Ainda Estou Aqui. Se todas as previsões se confirmarem, o Brasil terá uma estatueta dourada para chamar de sua. A torcida é grande.

Melhor atriz
Para seguir falando de Ainda Estou Aqui — que é o grande interesse da nação inteira —, chegou a hora de detalhar a terceira e última categoria a qual o filme concorre. E, nesta quinta-feira (27), o The New York Times deu um motivo para os brasileiros sonharem: o jornal colocou Fernanda Torres como favorita para vencer a estatueta.
A publicação apontou que a categoria de melhor atriz é a mais concorrida e justificou que a disputa entre Demi Moore, de A Substância, e Mikey Madison, de Anora, pode levar os votantes a escolherem uma terceira opção, que seria Fernanda.
O jornal ainda ressalta que Ainda Estou Aqui ganhou mais destaque de maneira tardia e, por isso, a atriz brasileira pode ter sido a última a impactar os votantes — o que é algo positivo, por sua atuação estar mais fresca na memória.
O The Hollywood Reporter aponta que Demi Moore deve vencer a categoria, mas ressalta que Fernanda merecia a consagração. A Variety e o Gold Derby, bem como as casas de apostas, também sinalizam que a protagonista de A Substância deve sair com a estatueta. Torcendo que o The New York Times, então, esteja certo.
Melhor ator
Já que não tem brasileiro na disputa na categoria, podemos ser mais breves. Adrien Brody, de O Brutalista, é o favorito a vencer o prêmio por três veículos – The New York Times, The Hollywood Reporter e Variety – e está no topo do Gold Derby e da FanDuel, casa de apostas. Vale lembrar que ele é seguido de perto por Timothée Chalamet, que interpretou Bob Dylan em Um Completo Desconhecido e venceu o prêmio do sindicato dos atores no último domingo (23).
Melhor direção
Vencedor do prêmio do sindicato dos diretores, Sean Baker, de Anora, é o favorito disparado para a categoria. Ele lidera nas casas de apostas, na Variety, no The New York Times, Gold Derby e, também, no The Hollywood Reporter — este último, porém, acredita que Brady Corbet, de O Brutalista, merecia vencer o prêmio, mesmo achando que vai dar Baker.
Melhor atriz coadjuvante
Zoe Saldaña, de Emilia Pérez, vem fazendo a limpa por onde passa. E, mesmo com as polêmicas do filme francês, a atriz segue como favorita para a maioria dos veículos de imprensa e casas de apostas. Porém, a Variety aposta em Isabella Rossellini, de Conclave.
Melhor ator coadjuvante
O careca dourado já está, praticamente, nas mãos de Kieran Culkin, de A Verdadeira Dor. O ator domina todas as listas de predições, venceu os principais prêmios que servem como termômetros do Oscar e, ainda, está disparado como favorito nas casas de apostas – na FanDuel, por exemplo, a sua cotação está em -1800.
Melhor animação
Esta é uma categoria em aberto, apesar da maioria dos sites e casas de apostas estarem apontando para Robô Selvagem, da DreamWorks – que, inclusive, já ganhou o Annie Awards, o "Oscar" da animação. Porém, o The New York Times acredita que o independente Flow possa tirar a estatueta do título do grande estúdio – a animação do gatinho na enchente ainda representa o seu país de origem, a Letônia, na categoria de filme internacional.
Melhor roteiro original
Anora é o favorito, liderando na maioria dos sites e casas de apostas. O filme, por sinal, já faturou o prêmio do sindicato dos roteiristas. A Variety, porém, vai por outro caminho e acredita em uma possível consagração de A Verdadeira Dor, que teve seu roteiro escrito por Jesse Eisenberg, que também dirige e protagoniza o longa.
Melhor roteiro adaptado
Mesmo que Nickel Boys tenha vencido nesta categoria no prêmio do sindicato dos roteiristas, o favorito é Conclave. O script, baseado no livro de Robert Harris, não ficou elegível para a distinção promovida pelos profissionais da área.
Para se ter noção da preferência do longa-metragem sobre a escolha do novo papa, na FanDuel, a cotação está em -900 — ou seja, quem apostar US$ 900 e vencer receberá seu dinheiro de volta, ganhando apenas mais US$ 100, já que a vitória é considerada certa. Nickel Boys vem na sequência, com +1.000.
Melhor documentário
Nesta categoria, não há um consenso. Enquanto o The New York Times, o Gold Derby e a casa de apostas FanDuel colocam suas fichas em Sem Chão (No Other Land), o The Hollywood Reporter e a Variety acreditam que Porcelain War leva a estatueta. Resta esperar para ver.
Outros favoritos dos sites
- Melhor documentário: Sem Chão
- Melhor fotografia: O Brutalista
- Melhor figurino: Wicked
- Melhor montagem: Conclave
- Melhor maquiagem e cabelo: A Substância
- Melhor trilha sonora original: O Brutalista
- Melhor canção: Emilia Pérez - "El Mal"
- Melhor design de produção: Wicked
- Melhor som: Duna: Parte Dois
- Melhores efeitos visuais: Duna: Parte Dois
- Melhor curta-metragem de animação: Yuck!
- Melhor documentário em curta-metragem: Death by Numbers
- Melhor curta-metragem: The Last Ranger