O ator Alec Baldwin contratou um ex-promotor federal dos Estados Unidos para representá-lo nos processos civis pelo disparo que matou a diretora de fotografia no set de Rust, filme que ele produzia e estrelava, informou a imprensa nesta sexta-feira (26).
Aaron S. Dyer, um advogado que trabalhou por sete anos na Procuradoria-Geral da Califórnia, em Los Angeles, assumirá a defesa de Baldwin e também da produção do faroeste de baixo orçamento, segundo a revista Variety. Dyer não respondeu aos pedidos de comentários da AFP.
O filme era gravado em um rancho no Novo México quando, durante um ensaio em 21 de outubro, a cineasta Halyna Hutchins morreu por um ferimento a bala depois que Baldwin disparou uma arma que foi entregue a ele como "fria", jargão cinematográfico que se refere a uma arma de fogo descarregada.
Dois membros da equipe processaram Baldwin e os outros produtores do longa-metragem.
Serge Svetnoy, o diretor de iluminação do filme, apresentou há duas semanas uma denúncia de "negligência" contra o ator, a produção e Hannah Gutierrez-Reed, a armeira de 24 anos responsável pelas pistolas usadas durante as filmagens.
Svetnoy alega que Baldwin, o diretor assistente Dave Halls — que entregou a arma ao ator —, e Gutierrez-Reed não seguiram as práticas da indústria cinematográfica no manuseio das armas e "permitiram que um revólver carregado com munição real fosse apontado a pessoas vivas".
Uma semana depois, Mamie Mitchell, a roteirista do filme, entrou com outra ação judicial contra os três. Mitchell disse que sofreu "estresse emocional" e outros distúrbios pelos danos "causados intencionalmente" pela produção.
— Os eventos que levaram ao disparo de uma arma carregada pelo senhor Baldwin não são mera negligência — advertiu a advogada da roteirista, Gloria Allred. — Baldwin optou por jogar roleta russa quando acionou uma arma sem a ter verificado e sem que o armeiro o tivesse feito na sua presença.