Detalhes do 13º longa-metragem de Christopher Nolan foram revelados nesta segunda-feira (23) pela Universal Pictures. Segundo o estúdio, trata-se de uma adaptação de Odisseia, o poema escrito pelo grego Homero que é considerado uma obra fundamental no cânone da literatura ocidental. Será "um épico de ação mítico filmado em todo o mundo usando a nova tecnologia IMAX", diz o comunicado. A estreia está marcada para 17 de julho de 2026.
Sequência da Ilíada, que se passa durante o nono e penúltimo ano da Guerra de Troia, a Odisseia teve sua forma escrita publicada provavelmente no século 8 antes de Cristo. Em versos, narra as tentativas do herói Odisseu (ou Ulisses, na versão latina), rei de Ítaca, para voltar a sua terra após a Guerra de Troia.
Enquanto isso, Telêmaco, seu filho, parte em busca do pai desaparecido, e Penélope, sua esposa, é pressionada por outros homens a considerar seu marido morto devido à longa ausência e a casar outra vez, escolhendo um novo rei para Ítaca.
Por causa da obra de Homero, odisseia tornou-se a palavra que designa longas jornadas, sobretudo quando acompanhadas de desafios e perigos. O poema influenciou muitos outros clássicos, como a Eneida, de Virgílio, Os Lusíadas, de Camões, e Ulysses, de James Joyce, e já inspirou vários filmes. Em 1954, Kirk Douglas protagonizou Ulysses, dirigido pelos italianos Mario Bava e Mario Camerini. Em 2000, os irmãos Coen adaptaram a história para a época da Grande Depressão nos EUA. Por coincidência, em 2024 houve mais uma releitura, O Retorno (The Return), assinada por Uberto Pasolini e estrelada por Ralph Fiennes e Juliette Binoche, ainda inédita no Brasil.
A Odisseia de Nolan virou um fenômeno midiático por causa do elenco arregimentado pelo cineasta de Oppenheimer (2023), que ganhou o Oscar em sete categorias, incluindo melhor filme e melhor direção, e arrecadou US$ 975,5 milhões nas bilheterias. Os sete nomes já anunciados incluem quatro vencedores do Oscar.
Charlize Theron foi eleita a melhor atriz por Monster: Desejo Assassino (2003) e concorreu por Terra Fria (2005) e O Escândalo (2019).
Matt Damon dividiu com Ben Affleck o prêmio de roteiro original por Gênio Indomável (1997), filme que valeu a primeira de suas duas indicações a melhor ator — disputou também por Perdido em Marte (2015) e competiu como coadjuvante por Invictus (2009).
Anne Hathaway ganhou como coadjuvante pelo musical Os Miseráveis (2012) e foi indicada como melhor atriz por O Casamento de Rachel (2008).
E Lupita Nyong'o conquistou o troféu de atriz coadjuvante por 12 Anos de Escravidão (2013).
Os outros três astros ou são bastante prestigiados por seus talentos dramáticos, ou são bastante populares, ou reúnem os dois predicados.
Zendaya tem no currículo dois Emmys de melhor atriz pela série Euphoria, em 2020 e em 2022, vai receber um prêmio especial no Gotham Awards pela atuação em Rivais (2024), no dia 2 de dezembro, e aparece no mundo de Duna e no Universo Marvel.
Tom Holland, seu namorado, já encarnou seis vezes o Homem-Aranha.
E Robert Pattinson, egresso da saga Crepúsculo (2008-2012), firmou-se como um dos melhores atores de sua geração graças a filmes como Cosmópolis (2012), de David Cronenberg, Bom Comportamento (2017), dos irmãos Benny Safdie e Josh Safdie, e O Farol (2019), de Robert Eggers, e protagonizou Batman (2022).
Desses sete atores, três já haviam trabalhado com Nolan. Damon e Hathaway atuaram em Interestelar (2014), e ela foi a Selina Kyle de Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012). Pattinson estava em Tenet (2020).
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