O astro de Hollywood George Clooney lançará um curso para alunos do ensino médio de Los Angeles como parte de uma nova iniciativa para ensinar habilidades da indústria cinematográfica a adolescentes de comunidades carentes e minoritárias, segundo anúncio realizado nesta segunda-feira (21).
Clooney e seus colegas Don Cheadle e Eva Longoria irão liderar o programa, disponível inicialmente no próximo outono (primavera no Brasil) para adolescentes de 14 a 16 anos em uma escola de ensino médio no centro da cidade. Já há planos de expansão para outras faixas etárias e locais pelo sistema de ensino público de Los Angeles.
"Nosso objetivo é refletir melhor a diversidade de nosso país. Isso significa começar cedo", disse Clooney no comunicado anunciando a Roybal School of Film and Television Production. "Significa criar programas de ensino médio que ensinem os jovens sobre câmeras, edição, efeitos visuais, som e todas as oportunidades de carreira que essa indústria tem a oferecer", completou.
O programa, que tem o apoio de executivos do estúdio Working Title Films e da poderosa Creative Artists Agency, terá ainda outras colaborações entre celebridades e escolas públicas, incluindo uma instalação educacional no centro da cidade anunciada na semana passada pelos produtores musicais Dr Dre e Jimmy Iovine. Também oferecerá "estágios que levam a carreiras bem remuneradas", acrescentou Clooney, que, junto com seus cofundadores, atuará em um conselho consultivo.
O projeto "reunirá professores e renomados contadores de histórias, juntamente com profissionais e especialistas da indústria" e buscará "construir um canal direto de talentos prontos para uma carreira na indústria de cinema e televisão que seja mais inclusivo", afirmou o superintendente do distrito escolar de Los Angeles, Austin Beutner, em entrevista coletiva online nesta segunda. O Distrito Escolar Unificado de Los Angeles tem cerca de 650 mil alunos, que são predominantemente latinos ou negros e de famílias de baixa renda.
O fraco histórico de Hollywood em termos de diversidade, tanto na frente quanto atrás das câmeras, tem sido alvo de críticas nos últimos anos, incluindo a campanha #OscarsSoWhite, lançada em 2015 nas redes sociais para denunciar e chamar a atenção para o fato de que a esmagadora maioria dos indicados ano após ano eram brancos.
Em um sinal positivo de mudança, um relatório em abril revelou que mulheres e grupos minoritários foram representados proporcionalmente em Hollywood pela primeira vez no ano passado. Porém, alertou o estudo, filmes com diretoras mulheres ou de minorias raciais ainda têm orçamentos muito menores, e grupos como os latinos continuam gravemente subrepresentados no audiovisual.