Como será o futuro de quem trabalha em rádio? E na televisão? O que vai mudar? Como as tecnologias se relacionam a isso? São questões que o seminário do Sindicato dos Radialistas do Rio Grande do Sul, em comemoração ao aniversário de seis décadas da entidade, busca debater nesta sexta-feira (15). O evento ocorre no auditório do Sindicato dos Bancários (Rua General Câmara, número 424, em Porto Alegre). As inscrições podem ser feitas na hora ou, antecipadamente, pelo site (www.radialistas-rs.org.br/seminario/).
O sindicato foi fundado no dia 14 de julho de 1962 — mas no ano anterior, uma outra entidade já funcionava como seu "embrião": a Associação Gaúcha de Radialistas (Agra). O principal expoente desse movimento foi o radialista e jornalista Lauro Hagemann — voz da edição gaúcha do programa Repórter Esso por 14 anos —, que acabou se tornando o primeiro presidente do sindicato.
Naquela época, as condições de salário e de carga horária trabalhada estavam entre as principais reivindicações, explica Ricardo Malheiros, atual presidente da entidade. Ainda em 1962, foi feita a primeira assembleia e, em 22 de setembro daquele ano, a primeira greve.
Um capítulo de destaque na história da categoria veio anos depois, a nível nacional:
— O que consideramos o mais importante é que, em 1978, foi regulamentada, por meio da Lei 6.615, a profissão de radialista, então ali foi um dos marcos que nós tivemos, em que a profissão foi reconhecida.
A entidade gaúcha foi uma das que se movimentaram no país para conquistar a regulamentação. Com isso, os radialistas passaram a ter de se qualificar. Hoje, segundo a lei, para exercer a função, é necessário um registro profissional junto ao Ministério do Trabalho.
E se engana quem pensa que radialista é apenas quem trabalha em rádio: os profissionais de televisão também estão incluídos. O nome completo da entidade, Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão do Rio Grande do Sul, deixa isso mais nítido.
Embora com sede em Porto Alegre, o sindicato tem atuação por todo o Estado. Segundo Malheiros, com o objetivo de ver as condições de trabalho dos profissionais e ajudar a corrigir irregularidades se for o caso, conseguir novos associados e auxiliar em negociações, contando com o apoio do departamento jurídico que integra a entidade.
Aliás, as relações de trabalho dos profissionais de comunicação são tema do painel de abertura do seminário desta sexta-feira, às 9h30min, com representantes de entidades da área debatendo sobre o que esperar dos próximos anos. Às 10h30min, as novas tecnologias para radialistas são o foco do bate-papo com Helio Alvarez, gerente de Captação e Edição de Imagens da Rede Globo, e com Caio Klein, diretor da TVE e da FM Cultura.
Pela tarde, às 14h45min, o último painel discute sobre os próximos 60 anos dos radialistas. Os comunicadores Luciano Potter e Cris Silva, do Grupo RBS, estão entre os debatedores, junto a Cláudio Brito, jornalista da rádio ABC FM, e Roberto Cervo, presidente da Associação Gaúcha das Emissoras de Rádio e Televisão (Agert) e do Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Rio Grande do Sul (SindiRádio).
Palestrante na primeira mesa, Malheiros espera para o futuro que a paixão por fazer comunicação persista. Para ele, uma certeza existe:
— Rádio e televisão nunca vão morrer.
O seminário é gratuito e voltado a profissionais e estudantes da área da comunicação. Será disponibilizado certificado de participação no evento presencial. Uma transmissão virtual ocorrerá pela página do sindicato no Facebook e no YouTube e ficará salva nessas redes a quem quiser assistir depois.
Colaborou Isadora Garcia