O arquiteto e professor Günter Weimer já publicou um número expressivo de livros e artigos sobre sua especialidade: a arquitetura. Agora, ele acabou de concluir um ambicioso projeto sobre um tema raramente abordado e, portanto, carente de pesquisas aprofundadas como as que realizou.
Em sua mais recente obra, Arquitetura Indígena – Sua Evolução desde suas Origens Asiáticas (386 páginas, Edigal Editora), ele debruçou-se sobre a história dos povos nativos, especialmente os das Américas, suas relações com os colonizadores e as suas manifestações culturais, que foram tão atropeladas quanto as suas próprias vidas.
Se tivermos claro que desde a chegada os conquistadores vieram para impor seus valores e interesses, fica fácil entender que o que havia de comportamento, antes da presença deles, pouco importava. Apenas como exemplo: se andar nu constituía “pecado mortal”, o que seria melhor? Matar os indígenas pecadores ou metê-los em roupas à força? Dúvida cruel! Se é relativamente recente a compreensão pelos “civilizados” de que os povos primitivos têm algo a nos ensinar, principalmente na sua relação com a natureza, talvez isso explique também o longo e permanente desinteresse sobre como se abrigavam e como viviam desde os tempos mais remotos.
É natural, ainda, que estudos antropológicos e arqueológicos desenvolvidos sobre vestígios de civilizações que usavam materiais pouco degradáveis sejam menos difíceis do que aqueles em que dispomos de quase nada para analisar. As dezenas de ilustrações, feitas a bico de pena pelo autor, são outro ponto valioso do trabalho, assim como um glossário de quase 150 termos indígenas utilizados na arquitetura do Brasil. Os desenhos comparativos são didáticos e nos permitem entender visualmente as informações que vão sendo agregadas.
Amanhã, sábado, dia 29, às 10h, o professor Günter Weimer estará na Livraria Erico Verissimo (Rua Jerônimo Coelho, 377 – Centro Histórico, Porto Alegre, telefone 51 3019-4624) para proferir palestra e autografar o livro.