Batizada de Terra dos Reis, por causa dos excêntricos marajás, o Rajastão é uma região que concentra exemplos típicos do nosso imaginário, a Índia mostrada nas novelas. Elefantes e camelos pelas ruas, mulheres com suas joias e sáris coloridos e palácios gigantes compõe o horizonte, no deserto árido.
A chegada em Jaipur, a capital do Estado, impressiona pelas construções em cor avermelhada, como o Hawa Mahal, o Palácio dos Ventos. O suntuoso prédio, com 900 janelas, foi assim construído por um marajá para que as mulheres de seu harém pudessem ver a movimentação da rua sem serem vistas pela população.
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A próxima parada foi no imponente Amber Fort, obra com elementos culturais hindus e muçulmanos. O local, um verdadeiro labirinto arquitetônico, foi usado por uma antiga família real indiana. Por ser no alto de uma colina, elefantes transportam turistas. Antigamente, dizem, transportavam moradores.
Estive em Jaipur na tradicional festa das tintas, o holi indiano. A celebração ocorre na primeira lua cheia de março e suas origens remetem a diferentes lendas mitológicas dos hindus. Milhões de pessoas de todas as idades vão às ruas para celebrar a data, com música, comida, bebida e pós multicoloridos, exaltando rica mistura de cores e pessoas.
Os jovens também aproveitam a festividade para paquerar. Isso porque, neste dia, os velhos tabus acabam relaxando um pouco. O holi tem várias origens e significados, além de ser celebrado de diferentes maneiras em diversos locais da Ásia e Oceania.
A cerca de 400 quilômetros dali, minha segunda parada no Rajastão: a romântica Udaipur. Muitos a chamam de Veneza do Oriente, mas não achei sequer parecida. De fato, há belos lagos artificiais, mas o que encanta mesmo é a disposição da cidade e o seu pôr do sol.
Do alto de uma colina, em frente ao Lago Pichola, assisti a um entardecer de cinema. Aliás, a cidade ficou famosa por aparecer no filme 007 Contra Octopussy. A produção é motivo de orgulho para os moradores, e a pedida é fazer um happy hour em um dos inúmeros terraços, onde diariamente o filme é rodado nos telões. Também vale conhecer o belo Palácio da Cidade (City Palace) e bater perna. Há vários "achadinhos", como bons cafés e restaurantes.
Dali, segui para a pequena e tranquila Pushkar, a cerca de 380 quilômetros. De cara, fui cativada pelo lago sagrado, onde as cinzas de Gandhi foram atiradas. Ao caminhar pelas ruelas, logo percebi que a cidade é reduto de hippies e andarilhos. No local, também está um dos poucos templos dedicados ao deus Brahma, que, ao lado de Vishnu e Shiva, forma a tríade suprema do hinduísmo.