Situada entre praias tradicionais como Remanso e Arpoador, um balneário em especial chama a atenção no litoral norte do Estado. Trata-se de Maristela, localidade conhecida por ser um recanto de tranquilidade.
Vinculada a Xangri-lá, Maristela possui condomínios, casas e infraestrutura consolidada, apesar de não contar com comércio. A faixa de areia oferece espaço de sobra para os veranistas em seus guarda-sóis coloridos.
Mas, afinal de contas, quem foi a mulher que dá nome ao local? Na última terça-feira (11), a reportagem de Zero Hora partiu em busca da resposta.
Entre os moradores, um mistério
A tarefa não mostrou-se fácil de cumprir. Na guarita 97, localizada próxima ao acesso da Avenida Beira Mar esquina com a Antônio M. Sant'Helena, a aposentada Neuza Pinto, 85 anos, desfrutava da manhã ensolarada ao lado de amigas. Ela tem casa em Maristela desde 1975, onde veraneia. Há 10 anos, decidiu morar no balneário.
— Essa praia é maravilhosa, tem vizinhos, mas não tem comércio. A gente se sente à vontade. Não tem aquele tumulto de música e som — compartilha dona Neuza.
Questionada se sabe quem foi Maristela, a aposentada comenta que não tem ideia de quem pode ter sido.
— Quando a gente veio, já era Maristela. Nunca foi pesquisado isso — acredita.
Conforme dados do Setor de Cadastro Imobiliário da prefeitura de Xangri-lá, Maristela tem cerca de 400 mil metros quadrados. Em janeiro de 1965, a criação do balneário teria sido aprovada.
Essa praia é maravilhosa, tem vizinhos, mas não tem comércio. A gente se sente à vontade. Não tem aquele tumulto de música e som.
NEUZA PINTO
Moradora de Maristela
A também aposentada Terezinha Lagemann, 60, vive em Teutônia, no Vale do Taquari. Ela relata gostar muito de Maristela, praia "mais mansa e tranquila", onde costuma passar o verão.
— Nunca me passou pela cabeça quem seria Maristela. Não tenho ideia de onde o nome surgiu — acrescenta Terezinha, que adquiriu uma casa ali há 15 anos.
Desde 1997, a família do aposentado Marco Linck, 61, escolheu Maristela para passar as temporadas de verão, onde o sogro já falecido comprou uma casa.
— A praia é bem boa aqui, tranquila e organizada — enumera o morador de Gravataí, na Região Metropolitana.
Ao lado da esposa Eliete Gomes Linck, 59, e da sogra Lori Pacheco Gomes, 85, ele ressalta a estrutura do balneário, que conta com restaurantes, mas menciona ausência de comércio.
— Na verdade, aqui tem Marina (praia localizada ao lado chamada Marina Beach) e Maristela. A gente não tem conhecimento da denominação de Maristela — explica o aposentado.
Prefeitura tem poucas informações
Conforme Cláudia Francisca Gomes Sanna, diretora cultural da Secretaria de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer de Xangri-lá, nos registros da prefeitura não há informações sobre a origem do nome do balneário.
Segundo a prefeitura, o que se sabe é que Maristela teria sido a denominação dada para o local durante o processo de loteamento da praia.
Mas se de fato presta homenagem a alguma mulher em particular, não há como afirmar. Em algum lugar do passado, talvez alguém saiba a resposta. Afinal, quem foi Maristela?