A surpresa começa na entrada. Chumbado aos tijolos retorcidos de colunas salomônicas, o portão de ferro se desmancha no ar, tragado por um inventivo sistema de dobradiças. Abertas as portas da percepção, surge imponente uma pirâmide de 6m20cm de altura, ornada com elementos da cultura asteca. Logo adiante, há 76 canteiros multiformes, desenhando na terra mandalas, serpentinas tribais e círculos concêntricos, todos cultivados com mudas orgânicas. No centro do terreno, dois totens de guerreiros toltecas erguem-se em direção ao céu, abençoando a semeadura espalhada pelos 3,4 mil metros quadrados de exuberância estética e ambiental. O que à primeira vista parece ser o jardim esotérico de uma civilização perdida é na verdade uma sala de aula ao ar livre: o laboratório de agroecologia da Faculdade Santo Ângelo (Fasa). E tudo começou porque um filósofo estava com vontade de comer alface.
Natureza que educa
Pirâmide, guerreiros e mandalas mudam a paisagem e o ensino em Santo Ângelo
Construído durante a pandemia, laboratório de agroecologia da Fasa usa técnicas de permacultura para incentivar integração entre ciência, história, arte e ambientalismo
André Ávila
Imagens