
Aguardadas por muitos, as festas de fim de ano frequentemente são emendadas em períodos de férias por quem quer aproveitar o clima de folga, o recesso escolar ou mesmo começar o ano mais relaxado.
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Mas nem só de sol, água salgada e brisa do mar são feitas as saídas prolongadas de quem opta por descansar no verão. Falta de planejamento e de atenção a detalhes podem comprometer a pausa no trabalho ou apresentar surpresas desagradáveis na volta para casa.
Veja orientações de especialistas para desfrutar apenas o melhor desse período:
Garantindo a segurança da casa
Com os eventos de fim de ano, muitas vezes, várias residências na mesma vizinhança ficam desocupadas, o que as deixa mais vulneráveis a furtos. Por isso, a segurança patrimonial merece atenção especial em períodos de ausência prolongada.
– As pessoas têm de estar atentas sempre, mas, nessa época, o cuidado deve ser redobrado. Os ladrões sabem que as pessoas viajam e aproveitam esse momento – diz o coronel Álvaro de Medeiros, da Brigada Militar.
Alguns cuidados simples, no entanto, podem deixar a ausência dos proprietários menos evidente e serem determinantes para evitar uma surpresa desagradável no retorno para casa. O primeiro deles é uma boa relação com os vizinhos, que podem ser comunicados sobre suas férias e ficar com um contato para avisar caso haja movimentações suspeitas.
Trancar – e checar o fechamento – de portas e janelas é essencial, assim como sótãos, porões e outros locais que possam servir de entrada. Detalhes menos óbvios do que portas e fechaduras, no entanto, podem fazer ainda mais diferença.
Conforme a BM, o aspecto de "abandono" costuma atrair assaltantes. Por isso, é desejável manter o exterior da residência com boa aparência, limpo e com a grama cortada. Se for passar muitos dias fora, peça alguém para recolher as correspondências e os jornais. O acúmulo pode indicar que não há ninguém em casa.
Por fim, a boa velha estratégia de deixar luzes acesas para indicar movimento pode virar um tiro no pé senão for bem utilizada. Lâmpadas acesas durante o dia causam mais estranheza do que aquelas que ficam apagadas durante um bom tempo. Nesse caso, é mais eficiente pedir a um amigo ou familiar que visite sua casa de tempos em tempos para ver como estão as coisas.
Prevenindo acidentes domésticos
Residências vazias também estão vulneráveis a situações de risco, como curto-circuitos e inundações. Há, no entanto, várias formas de afastar a possibilidade de acidentes em casa durante as férias.
Segundo o major Everton Dias, da comunicação social do Corpo de Bombeiros, o primeiro passo é desligar todos os eletrodomésticos. Caso precise conservar alimentos na geladeira, ela pode permanecer ligada, preferencialmente na potência mínima.
– Como não será aberta durante a ausência dos proprietários, ela dará conta de fazer a manutenção dos alimentos numa potência mais baixa – explica.
Fechar o registro de água é importante para evitar alagamentos em caso de um acidente com a caixa d'água, por exemplo. Limpar as calhas também ajuda a prevenir eventuais inundações nessa época, em que é comum ocorrerem chuvas mais intensas.
Se a casa tiver um sistema de gás próprio, ele deve ser desligado. No caso do botijão, o registro precisa ser fechado para evitar vazamentos. Inflamáveis não devem ficar estocados na residência vazia devido ao risco de superaquecimento.
Quem pretende aproveitar a saída para dedetizar o ambiente com inseticidas fumegantes deve avisar aos vizinhos e, se possível, ao Corpo de Bombeiros, que realizará o procedimento, para evitar alarmes falsos.
– Essas situações (alarmes falsos) são comuns nesse período. O ideal é avisar aos vizinhos sobre a dedetização, e aproveitar para deixar um contato caso haja alguma emergência quando a casa estiver vazia – orienta Dias.
Visitas indesejadas de animais peçonhentos podem ser evitadas com uma medida simples: vedar os ralos.
– No calor, animais peçonhentos acabam procurando refúgio nas casas para fugir do gramado mais aquecido – alerta o major.
Revisão para não ficar na mão
Viajar de carro pode ser uma opção mais barata e cômoda, mas apenas se a manutenção do veículo estiver em dia. Uma revisão geral do veículo dias antes de pegar a estrada é imprescindível para garantir a tranquilidade da viagem.
– O ideal é procurar esse serviço junto às concessionárias, que têm os padrões recomendados para cada veículo – oriente o coordenador do curso de engenharia mecânica da Unisinos, Walter Andrey Fontana.
Além das revisões periódicas, orienta o especialista, há itens que devem ser revistos no dia da viagem. Quando for abastecer o veículo, aproveite para verificar a pressão dos pneus e também do estepe, para garantir que ele estará calibrado caso haja um imprevisto.
– A pressão dos pneus é importante não só pela segurança, mas também para ajudar a economizar. Se eles estiverem com menos pressão do que o recomendado, o veículo consumirá mais combustível – diz Fontana.
Se o passeio for para a praia, evite deixar o carro à beira-mar. A maresia pode danificar o veículo, acelerando o processo de oxidação. Na volta para casa, é recomendável uma boa lavagem para tirar possíveis resíduos.
Partiu Uruguai... de carro
Conhecer o país vizinho de carro costuma sair mais barato do que avião, mas exige planejamento. A famosa Carta Verde, seguro obrigatório para veículos que ingressam em países do Mercosul, deve ser apresentada no momento de cruzar a fronteira com o país vizinho. Seu custo varia conforme o número de dias do roteiro e o valor da cobertura. O custo fica entre R$ 48 e R$ 378. Para fazer a Carta Verde, pode-se procurar um corretor de seguros ou ir a agências de bancos que vendem seguros e solicitar diretamente no caixa.
Na estrada, o melhor caminho até as praias uruguaias é pela BR-116, de Porto Alegre em direção a Pelotas, e de lá em direção ao Chuí. Se possível, tenha um GPS com o mapa do Uruguai. Evite usar o celular, que consome franquia de internet no Exterior.
De mala e cuia para o Exterior
Sair do país nas férias tem tudo para ser uma ótima experiência. Sem um planejamento cuidadoso, porém, o sonho de viagem pode acabar frustrado. Quem pretende cruzar fronteiras em sua folga precisa dedicar-se com antecedência de pelo menos um mês, no caso de o destino exigir passaporte.
O documento expedido pela Polícia Federal pode demorar um pouco a chegar. Quem já tem o seu deve conferir o prazo de validade do passaporte e dos vistos. Fazer uma cópia do passaporte é prudente e pode ser útil caso haja algum imprevisto durante a viagem.
O Itamaraty recomenda que brasileiros se informem das regras e exigências do país de destino para evitar complicações na viagem – um manual com orientações pode ser consultado no site do órgão. Alguns lugares exigem vacinas contra febre amarela, e nem todos os países aceitam a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) brasileira, por exemplo. Certifique-se junto à embaixada ou ao consulado do país quais são os requisitos para a entrada no território.
Perder o voo pode acabar com as férias ou provocar um prejuízo considerável, já que passagens de última hora costumam ser mais caras. Planeje sua chegada no aeroporto com antecedência mínima de duas horas. Outra dica para evitar gastos desnecessários é pegar leve com a bagagem. O excesso, em voos internacionais, sai bem mais caro do que nos voos domésticos.
Tenha sempre cuidado com o que transporta. A maioria dos países restringe, com maior ou menor grau de controle e severidade, a entrada de produtos de origem animal ou vegetal. Se precisar viajar com medicamentos que exigem prescrição, leve a receita médica em inglês, para evitar problemas com autoridades alfandegárias.
Um bloquinho com telefones e endereços úteis não pesa na bagagem, e pode ajudar muito em momentos de dificuldade. Não esqueça de levar consigo os contatos de embaixadas e consulados brasileiros no país de destino.