Ao receber uma caixinha de uva fresquinha nos Pavilhões, o visitante da Festa tem a impressão que a fruta foi colhida há poucas horas de ser servida. Na realidade, o trajeto todo da maior protagonista do evento começou muitos dias antes desse momento e contou com inúmeros processos. Para se ter uma ideia, o centro de estocagem que armazena as uvas do evento já encerrou o recebimento: as 210 toneladas da fruta previstas para a edição deste ano foram colhidas e já estão entregues à organização da Festa.
Ao todo, cerca de 40 produtores abasteceram os estoques. A maior parte é de Caxias, de localidades como São Luiz, Forqueta e Nossa Senhora da Saúde. O recebimento das uvas iniciou no dia 21 de janeiro e a concentração da fruta, assim como nas duas edições anteriores, fica na Merchocem Agroindustrial, no bairro Santa Fé, próximo da Rota do Sol.
- Assim que a uva chega aqui, ela passa 24 horas por um processo de pré-resfriamento para depois se unir ao restante do estoque. Isso é importante para que a temperatura das que recém chegaram não interfira nas outras, que já estão no ponto ideal - explica Gilmar Baldasso, responsável pelo controle de qualidade da Merchocem.
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Nas câmaras frias, a uva deve ficar em uma temperatura de 0°C a 0,5ºC. A umidade do ar é de 90% a 95%. Apesar do clima fresquinho que a fruta necessita, é fundamental que a uva não molhe em nenhum processo.
- O cuidado com a uva é diferente do da maçã, por exemplo, que precisa ser molhada. A uva, se molhar, pode pegar doenças. Já se não tiver a umidade ideal, desidrata. Então a gente cobre as caixas na câmara fria com uma lona preta, injeta umidade pelo sistema de aspersão (que distribui água de forma gradual) por 24 horas, depois tira a lona por outras 24 horas sem a aspersão e revezamos. É um processo delicado -detalha Baldasso.
Apesar dos procedimentos serem complexos, não falta experiência no cuidado que a uva vem tendo. Waldir Lamers, 58 anos, trabalha na assistência do abastecimento da fruta e ocupa essa função há 10 edições.
- Os processos todos estão evoluindo muito. Antigamente a entrada e saída era mais manual, a uva ia para os Pavilhões em caminhões abertos. Agora tudo está mais moderno, a chegada das caixas é automatizada, a uva é transportada com refrigeração. A qualidade que a fruta é colhida é o mesma que é entregue - orgulha-se Lamers.
A uva da Festa (variedades Niágara Branca, Niágara Rosada e Isabel) está estocada em três câmaras frias. Nos Pavilhões, ela é entregue gratuitamente aos visitantes no Palácio das Uvas, no Pavilhão 2. A uva é servida também nos desfiles do evento.
O TRAJETO
1º - A uva é colhida nas propriedades e entregue no centro de abastecimento, no bairro Santa Fé, próximo da Rota do Sol. Cerca de 40 produtores foram responsáveis pelo total de 210 toneladas recebidas.
2º - A uva passa por um processo de pré-resfriamento por 24 horas para depois se unir ao restante do estoque.
3º - Na câmara fria, a umidade relativa do ar é de 90% a 95% e a temperatura fica entre 0°C e 0,5°C. Para que isso ocorra, a uva é coberta com uma lona preta e molhada pelo sistema de aspersão durante 24 horas. Depois passa 24 horas sem a lona. Os dois processos são revezados continuamente.
4º - Em caminhões com refrigeração, a uva é levada para os visitantes.
5º - A uva é servida nos desfiles e no Palácio das Uvas, no Pavilhão 2.
Roteiro da protagonista
Conheça o caminho que a uva percorre até chegar aos Pavilhões, em Caxias
As 210 toneladas da fruta passam por uma série de processos desde que são colhidas
Ana Demoliner
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