Embora ainda não conste na lista do Ministério da Saúde como confirmado, o Rio Grande do Sul tem o primeiro caso de microcefalia associado ao zika, adiantou o secretário da Saúde, João Gabbardo dos Reis. Moradora de Esteio, a gestante teria contraído o vírus no primeiro trimestre da gravidez, em janeiro, quando viajou para Pernambuco - Estado com maior número de casos de microcefalia cuja causa suspeita é o zika.
No Nordeste, ela teve febre e procurou atendimento médico, sendo diagnosticada com uma virose. À época, segundo Gabbardo, não se falava em zika. O bebê nasceu há quatro meses e foi diagnosticado com microcefalia. Desde então, as possíveis causas para a má-formação eram investigadas, como rubéola e toxoplasmose.
- Já esgotamos todas as outras hipóteses, e a microcefalia dele tem todas as características da causada pelo zika, ele apresenta tomografias semelhantes aos casos confirmados - informa o secretário.
Para que a comprovação seja encaminhada ao Ministério da Saúde, a secretaria apenas aguarda o resultado de um exame de sangue feito no bebê, em análise laboratorial. No entanto, como a infecção da mãe ocorreu há muito tempo, é possível que o exame não confirme o caso, explica Gabbardo. Mesmo assim, a secretaria o trata como comprovado:
- Mesmo que (o exame) não venha positivo, isso não impede que o caso seja confirmado como causado pelo zika. Há a conclusão pela exclusão das outras hipóteses e a avaliação clínica.
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Como trata-se de um caso importado do vírus, e não contraído em solo gaúcho, a confirmação não muda a estratégia de combate ao Aedes aegypti no Rio Grande do Sul, segundo o secretário. Caso contrário, Gabbardo afirma que as ações para eliminação dos focos do mosquito teriam de ser intensificadas.
Presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Gabbardo participou da coletiva de imprensa do Ministério da Saúde que divulgou o novo balanço dos casos de microcefalia, na manhã desta terça-feira. O evento ocorreu na sede do órgão, em Brasília.
O Ministério da Saúde divulgou que o número de casos suspeitos da má-formação subiu de 1.761 para 2.401 em uma semana. Já o número de municípios que fizeram as notificações passou de 422 para 549 no mesmo período. Os dados foram atualizados até 12 de dezembro.
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O porta-voz do ministério na entrevista foi Cláudio Maierovitch Pessanha Henriques, diretor do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis (Devit). Pela primeira vez, o órgão detalhou os casos confirmados de microcefalia causados pelo zika. Dos casos suspeitos, 134 tiveram essa associação comprovada. Outros 102 foram descartados - seja porque a microcefalia não foi confirmada ou porque foi comprovada mas a causa não foi o zika.
Os outros 2.165 casos notificados ao Ministério da Saúde seguem em investigação - incluindo o caso gaúcho. Em relação aos 29 óbitos, um teve a relação confirmada, e dois, descartada. O diretor informou que hoje o país conta com 18 laboratórios capazes de fazer a análise biomolecular para a identificação do vírus.
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Quanto à distribuição de repelentes para as gestantes, Maierovitch informou que o Ministério da Saúde está trabalhando em parceria com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para saber como será a entrega. A expectativa é de que a iniciativa comece até fevereiro. Com agências
Saúde
RS tem primeiro caso de microcefalia relacionada ao zika, confirma secretário
O titular da Secretaria da Saúde, João Gabbardo dos Reis, disse que todas as outras possibilidades para causa da má-formação foram descartadas
Fernanda da Costa
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