Mulheres são maioria no número de pacientes que fazem a cirurgia de redução do estômago em hospitais privado e público, em Joinville. Atualmente, são três hospitais habilitados para realizar cirurgias bariátricas.
O Hospital Dona Helena começou a fazer o procedimento em 2001 e, desde então, foram 823 pessoas operadas. Dessas, 83,5% são mulheres. A situação não é muito diferente no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, onde desde 2007 foram realizadas 694 cirurgias; e 90% desse número são pacientes mulheres. O Hospital Unimed não têm dados computados dos pacientes que passaram por este tipo de cirurgia.
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A hipótese de que a maioria são mulheres pelo fato de que na cidade residem mais mulheres do que homens está descartada. De acordo com dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento para o Desenvolvimento Sustentável de Joinville (Ippuj), o número de mulheres que moram em Joinville é levemente maior. A cidade tem um pouco mais de 550 mil habitantes, desse número 50,3% são mulheres.
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De acordo com a pesquisa Vigitel 2014 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), divulgada pelo Ministério da Saúde em abril deste ano, houve um aumento no índice de brasileiros acima do peso no país. Mais da metade da população está nesta categoria - 52,5% e, desses, 17,9% são considerados obesos.
Segundo médicos especialistas, as causas da grande maioria ser mulher nos registros da cirurgia de redução de estômago são variadas. O primeiro motivo é que a mulher tem uma predisposição genética e hormonal em acumular gordura com mais facilidade do que o homem e o metabolismo da mulher também é mais lento. Além desses fatores genéticos, há também um fator cultural: a mulher se preocupa mais com relação a própria aparência. Outro fator que também contribui para o ganho de peso delas é a gravidez.
Os dados ainda mostram que a maioria das pessoas que fizeram a redução do estômago nos hospitais são adultos jovens entre 26 a 35 anos. A atendente de telemarketing Marília Ferreira, 28 anos, faz parte desta estatística. A cirurgia dela está marcada para esta semana em um hospital particular de Joinville. Marília conta que é obesa desde criança e atingiu o nível mórbido depois que engravidou, aos 21 anos.
Optou por realizar a cirurgia depois de várias tentativas fracassadas de fazer dieta para emagrecer. Ela conta que perdia alguns quilos e engordava o dobro em seguida. Para realizar a cirurgia, Marília teve que fazer um acompanhamento de seis meses com três especialistas da área da saúde (nutricionista, psicólogo e cardiologista). O prazo de acompanhamento médico pré-operatório varia entre seis meses a um ano.
- Primeira coisa que eu quero fazer quando emagrecer no mínimo uns 40 quilos, é passar na catraca do ônibus - diz Marília.
Opinião de especialistas
Precisamos falar sobre obesidade
Mulheres são maioria no número de obesos que fazem cirurgia de redução de estômago em Joinville
Elas são 90% dos pacientes operados no Hospital Regional e 83,5% no Hospital Dona Helena
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