Admitida a crise energética, o Ministério de Minas e Energia agora cogita estender o horário de verão por mais um mês, em uma tentativa de diminuir o consumo de energia em 2015.
A decisão deve ser divulgada após reunião ministerial na próxima quinta-feira.
Mas o que pesa a favor de mais um mês de horário de verão?
Pouco, na verdade. Com a ampliação, estima-se que seriam economizados 0,4% dos reservatórios de hidrelétricas - cifra que, embora pareça pífia, é importante, diante do cenário de crise hidrológica na região sudeste (os reservatórios de sul e sudeste são complementares).
- Já que há efetividade em termos de economia e o sistema hidrológico não tem funcionado como deveria, qualquer ganho é válido - opina o diretor de transmissão da CEEE, Luis Carlos Tadiello, que ressalta que a economia não contrabalança o gasto do resto do ano e nem resolve gargalos energéticos no Estado.
Também é citada como benéfica a economia em investimentos com mais geração e sistemas de transmissão de eletricidade - que seriam feitos caso não houvesse a alteração dos relógios - além do aumento da segurança do sistema elétrico.
Entretanto, a principal meta do horário diferenciado - reduzir o consumo energético no horário de pico (a partir das 18h) ao aproveitar a luminosidade natural - tornou-se secundária, uma vez que o maior gasto de energia se deslocou para a faixa das 14h, quando faz mais calor e sentimo-nos compelidos a ligar o ar-condicionado.
E teria algum malefício?
Tadiello não vê desvantagens na possível ampliação do horário de verão. O horário de luz continuaria mais ou menos o mesmo até o fim de março no Estado, ao contrário da Região Sudeste, onde o sol começaria a se pôr mais cedo mesmo com o horário adiantado.