Uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) revelou que para 77% das brasileiras, a pílula ideal é aquela que não interfere de forma negativa na aparência, ou seja, não engorda, traz benefícios adicionais, como melhora da aparência do cabelo e da pele, e ainda tem o potencial de manter a libido. Para o presidente da Comissão Nacional de Sexologia da Febrasgo, o ginecologista Gerson Lopes, o resultado revela o amadurecimento da mulher em relação ao que ela espera de uma relação sexual e de como ela lida com o seu próprio corpo.
- Até pouco tempo, não existia por parte dos médicos uma preocupação com a relação pílula e libido - afirma.
No entanto, essa situação começa a mudar conforme a sexualidade começa a ser desmitificada e amplamente debatida na sociedade.
- Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a sexualidade é um aspecto que interfere diretamente na qualidade de vida delas - completa Lopes.
Para o ginecologista, a preocupação das mulheres com a vida sexual, pede um contraceptivo que garanta prevenção da gravidez e, ao mesmo tempo, uma vida sexual prazerosa para a mulher. O especialista explica que a indústria farmacêutica está de olho nas novas demandas e femininas e que já há produtos no mercado que atendem essas requisições.
- As pílulas anticoncepcionais com ação anti-androgênica moderada alcançam este resultado, sem comprometer a sexualidade - destaca.
Nas pílulas combinadas, o progestagênio (tipo de progesterona) é o componente que dá eficácia contraceptiva e os benefícios extra-contraceptivos. A escolha adequada do progestagênio na composição da pílula poderá agir contra ou a favor da sexualidade.
Segundo o especialista, o progestagênio clormadinona dá à pílula a propriedade de ação anti-androgênica moderada que age de duas formas. Primeiro impedindo que o hormônio masculino - testosterona - aumente a produção de oleosidade, deixando pele e cabelos mais bonitos. Por outro lado, a ação moderada vai garantir a atuação desse hormônio no organismo, favorecendo a manutenção da libido.
A pesquisa mostrou também que 41% das mulheres entrevistadas acham que o uso da pílula aumenta a auto-estima e 42% acreditam que melhora o humor.
- A melhora no aspecto visual contribui para a construção de uma auto-imagem positiva, o que, consequentemente, poderá influenciar ainda mais na auto-estima da mulher - lembra o especialista.
Ainda de acordo com Lopes, é importante que a mulher esteja atenta aos efeitos do medicamento no seu corpo e no seu comportamento. Por mais tolo que, aparentemente, seja um desses efeitos é importante que ela o relate ao seu ginecologista, pois ele terá condições de avaliá-lo corretamente e até de indicar outro medicamento, caso seja necessário.
- O uso da pílula não deve interferir no humor da mulher, porque isso pode, dentre outros aspectos, comprometer a sua auto-estima - alerta.
O resultado da pesquisa faz parte da segunda fase do projeto R.O.S.A (Resultados e Opiniões sobre Saúde e Anticoncepcional) divulgado hoje em Belo Horizonte. No total, a pesquisa ouviu 500 pessoas em todo o Brasil. O projeto foi desenvolvido em parceria com a Janssen-Cilag Farmacêutica.
Além disso foi divulgada a pesquisa que relata o que pensam as mineiras sobre o uso da pílula. Confira abaixo.
O que pensam as mulheres entrevistadas na capital mineira?
:: 83% não pretendem parar de usar anticoncepcional;
:: 68% afirmaram não ter intenção de mudar de método contraceptivo;
:: 69% delas afirmaram ouvir mais comentários positivos do que negativos sobre o anticoncepcional.
Onde elas buscam informação?
:: 61% das entrevistadas se informam sobre o método com o médico
:: 31% pela internet
:: 15% com amigas
Sobre o efeito da pílula:
:: 43% delas dizem que a vida sexual como um todo fica melhor com o uso da pílula.
:: 33% afirmam que melhora a frequência das relações sexuais.
Quando o assunto é libido, as mineiras entrevistadas...
:: 27% acham que a pílula aumenta a vontade de ter relação sexual
:: 61% acham que a pílula não interfere na libido
Notícia
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