Uma das características da gestão do presidente Romildo Bolzan Júnior é a habilidade em conduzir negociações envolvendo atletas do clube. Se for feita uma retrospectiva, houve várias saídas importantes nos últimos anos, mas não chegou a haver um prejuízo tão marcante, capaz de gerar a ideia de desmanche de time ou de perda irreparável.
A recente saída de Everton é prova disto. Claro que tê-lo no grupo é melhor do que perdê-lo, mas o crescimento de Pepê permitiu uma transição sem um trauma gigantesco.
Agora é: "Pepê, o cobiçado". Em Portugal se fala em transferência iminente e imediata para o Porto. Por aqui, não há confirmação gremista, embora os dirigentes admitam que o jogador sofre assédio em função de seu bom futebol. O presidente sempre negou que haja proposta e rechaça especulações quase definitivas. Por certo, Romildo idealiza aquilo que seria a primeira grande jogada diretiva de 2021: a permanência do atacante até a janela do meio do ano.
Resistir aos milhões de dólares e euros do mercado do Exterior é complicado em tempos de receita curta, mas assim foi com Everton no passado ou até com Luan nos tempos de Rei da América. Kannemann foi outro bancado diante de sondagens europeias. Sabedor de que Pepê é a bola da vez e que dificilmente encerrará na Arena o ano recém iniciado, a grande jogada é retardar sua saída.
Será golaço evitar qualquer ameaça de que o atacante não dispute a final da Copa do Brasil e se mostrará extremamente oportuno que siga no Grêmio, enquanto amadurecem possíveis substitutos como Ferreira durante o primeiro semestre. Dá para apostar que é isto que passa pela cabeça de Romildo Bolzan e traduz o desejo da totalidade dos gremistas.