
A falta do torcedor nos estádios é uma nefasta necessidade dos tempos de pandemia. A proibição é uma medida corretíssima do ponto de vista sanitário, mas que descaracteriza o espetáculo de futebol. Todos estamos privados de explosões de alegria coletiva na hora dos gols, de sofrimento ruidoso ou silencioso entre milhares de pessoas lado a lado ou de momentos de homenagem e reconhecimento como o que deveria acontecer neste sábado na Arena com a volta de Luan.
O meia do Corinthians está na história do Grêmio como protagonista. Mesmo que seus últimos dois anos em Porto Alegre não tenham acrescentado nada ao clube, a trajetória de quem passou pela base e chegando ao estrelato como titular absoluto e principal jogador na campanha vitoriosa da Libertadores em 2017 obriga a que sempre seja saudada sua passagem como altamente positiva.
Luan foi Rei da América com a camisa gremista, chegou à Seleção Brasileira e foi medalha de ouro na Olimpíada do Rio de Janeiro. Fez golaços como aquele contra o Cruzeiro na semifinal Copa do Brasil de 2016, ou o apoteótico que matou o Lanús no título sul-americano. Não serão momentos infelizes de sua postura pessoal ou a última e longa má fase vivida na Arena que vão se sobrepor à importância do ex-camisa 7 tricolor.
As relações do futebol precisam preservar os momentos bons. Não se trata de perdoar ou passar panos quentes quando alguém faz algo de errado ou em desacordo com nossos pensamentos. Houve muitos que defenderam Luan quando lhe jogaram pipoca injustamente no CT Luiz Carvalho.
Estes mesmos o criticaram quando passou a jogar pouco e se tornar alvo de muitos flagrantes nas baladas, algo que se reflete até hoje no seu rendimento. Ninguém, porém, pode sonegar ao atual meia corintiano o reconhecimento pelo que ele fez com a camisa do Grêmio. Vai faltar apenas o aplauso do torcedor que, por certo, teria retribuição do permanentemente ídolo.