Foi um Parabéns a Você cheio de carinho e emoção. Volto a ele daqui a pouco.
Muita gente se pergunta qual o segredo de uma vida longa e feliz. Há muitos estudos sobre o tema. Um dos mais importantes do mundo está sendo feito aqui no Rio Grande do Sul e ganha ainda mais relevância quando o IBGE confirma que os brasileiros – e os gaúchos de forma especial – estão vivendo cada vez mais. Conduzida há quase 30 anos pelo Instituto Moriguchi, em Veranópolis, a pesquisa aponta fatores que contribuem para a longevidade. Cada vez mais, o estilo de vida ganha relevância nessa equação. Alimentação, atividade física, espiritualidade e relações familiares e sociais ativas estão entre eles.
Voltemos ao Parabéns a Você. Nessa semana, o Paulo Afonso e a Lisette Feijó abriram a sua casa para uma celebração pra lá de especial. O homenageado era o Vitório Gheno, que completou cem anos há poucos dias. Natural de Muçum, o Gheno é um dos maiores artistas plásticos gaúchos. Morou na Argentina e na França, ilustrou livros de grandes escritores, atuou na publicidade e tem obras integrando acervos de grandes museus e importantes coleções privadas.
Cerca de 30 amigos do golfe estavam no almoço festivo. O Gheno segue praticando o esporte. Mais do que isso: joga bem. Erra pouco e tem mobilidade e precisão admiráveis, mesmo para quem tem décadas a menos do que ele.
Estávamos todos conversando depois da sobremesa quando o Paulo Esteves, um dos convidados, provocou o aniversariante. “Gheno, se tivesses que resumir o que aprendeste em cem anos...”. Fez-se um silêncio reverencial. O Gheno então falou sobre a beleza da vida, sobre a importância de aproveitar o momento e, é claro, sobre a paixão em comum de todos que ali estavam, o golfe. Parece fácil, mas fazer a bolinha chegar até o buraco é extremamente complicado, mesmo para praticantes experientes. Foi quando o Gheno nos brindou com um pensamento cheio de sabedoria e beleza: “Depois das tacadas ruins, sempre vem uma boa”. Fiquei tocado pela ideia, simples e verdadeira. Vou recorrer a ela cada vez que errar uma tacada, o que acontece com certa frequência. E também quando acertar. Mas, principalmente, quando eu não estiver jogando golfe, nos altos e baixos que a vida nos oferece. Obrigado, Gheno, pelo presente de aniversário que nos deste.