O resultado da eleição presidencial é a segunda variável mais importante na definição dos rumos do Brasil dos próximos anos. A primeira é o que acontecerá imediatamente depois do anúncio do vencedor, ainda no domingo à noite. Seja quem for, teremos um país cindido. Em uma democracia, prevalece a vontade da maioria, mesmo que escassa. A mágoa pela derrota é natural, mas deve se dissipar de maneira civilizada. O primeiro exemplo caberia aos candidatos. Quem perde admite a derrota e cumprimenta o vencedor. Não vejo civilidade possível, diante das baixarias fartamente apresentadas ao povo durante a campanha. O povo, esse do qual todos prometem cuidar. Acontece que esse caldo fervente de hostilidades, engrossado pela normalização da violência política, nunca esteve, nas últimas décadas, tão perto de transbordar. “Mentiroso” figura entre os adjetivos mais suaves proferidos pelos dois candidatos que estimulam o ódio e a paixão dos brasileiros. A irracionalidade é uma ferramenta fácil quando o assunto é projeto de poder, e não de país.
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Domingo à noite
Será o momento de separar, de forma clara, o direito à frustração do instinto selvagem de destruição
Tulio Milman
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