Casa cheia hoje, no Instituto Caldeira, para ouvir María Benjumea, fundadora, e Marta del Castillo, CEO do South Summit, um dos maiores fóruns de inovação do mundo, que será realizado, na sua versão sul-americana, em Porto Alegre, no ano que vem. María e Marta argumentam que o SS não é um evento, mas sim uma plataforma que aproxima startups, grandes empresas, investidores e demais integrantes do ecossistema de inovação.
— É um grande movimento para identificar oportunidades — explicou María.
— Vai ter cerveja, mas não é uma festa — brincou Marta.
Engole essa, caranguejada. A seguir, a opinião da espanhola María Benjumea sobre Porto Alegre:
— Estou encantada. Encontrei uma cidade em ebulição, vibrante e com pessoas que trabalham movidas pelo sonho de transformar. Já me sinto como se fosse daqui.
Elogios fáceis e superficiais fazem parte da convivência social. Não foi esse o tom. Eu estava lá. Vi e ouvi uma sinceridade que certamente será recebida como ofensa pela patota local do ódio.
Um dos pontos mais legais da conversa foi a explicação dada por Marta del Castillo para o conceito de inovação. Para ela, inovar vai muito além da tecnologia. É encontrar um outro jeito de resolver um problema e de agregar valor. Marta deu um exemplo 100% analógico, visto por ela na Bolívia. Para reduzir os atropelamentos, a prefeitura de uma cidade contratou pessoas fantasiadas de zebra para trabalhar nas faixas de segurança. Quando um carro invadia o espaço destinado à travessia dos pedestres, a zebra fazia seu numerito, engraçado para quase todo mundo, menos para o motorista, que ficava envergonhado.
Funcionou.
Pura inovação. Barata e eficiente.