Cadê? Por onde andam os defensores do transporte público de qualidade, que adoram aparecer mais perto das eleições? Nos últimos tempos, a prefeitura de Porto Alegre comprou grandes brigas nessa área, especialmente com alguns ricos e poderosos.
A ciclovia da Nilo Peçanha, por exemplo, gerou desconforto em moradores da região. As faixas exclusivas para ônibus desagradaram a milhares de motoristas. Até a Carris andou reduzindo seus prejuízos. No âmbito estadual, a redução dos assaltos aos ônibus é um fato elogiável e incontestável. Mas pouco se ouviu daqueles que dizem defender a população que sacoleja nos coletivos e que pedala por aí.
Essas medidas não resolvem todos os problemas, verdade. Adoraríamos todos viver em um mundo onde ninguém pagasse para se deslocar, em que as bikes substituíssem os carros poluidores e onde os pedestres pudessem atravessar nas faixas de olhos fechados. Enquanto não chegamos lá, não custa reconhecer os pequenos passos. Seria revolucionário deixar a luta pelo poder de lado por alguns instantes e, realmente, pensar na cidade.