Os táxis fazem parte da paisagem afetiva de Porto Alegre. Temos carinho por eles. Mas deixá-los usar as faixas exclusivas para ônibus não faz sentido se pensarmos em um trânsito menos individualista. Os argumentos da EPTC são lógicos e merecem respeito: os táxis fazem parte de um sistema público e sofrem desvantagens em relação aos aplicativos, dispensados de uma série de obrigações pela sua natureza jurídica etérea.
Mesmo assim, se queremos um trânsito mais fluido, deveríamos copiar modelos que privilegiam o coletivo. Um deles, comum em grandes cidades mundo afora, é estabelecer faixas exclusivas e vagas de estacionamento prioritárias, por exemplo, para carros que tenham mais de dois passageiros. Sei que no Beira-Rio existe essa modalidade, a da vaga especial para carros com carona. Há outras maneiras de ajudar os táxis. Uma delas seria reduzir a carga arrecadatória sobre esse serviço. Seria uma opção corajosa, embora improvável.