
Ainda no Rio Grande do Sul, onde está em campanha, o candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro comentou há pouco as declarações dadas ontem, em Caxias, durante um evento na Câmara da Indústria, Comércio e Serviços. O general Antonio Mourão afirmou, na Serra gaúcha, que o Brasil tem uma herança de indolência, dos índios, e de malandragem, dos negros.
Mourão explicou que já fez a mesma palestra em diversos lugares do país, mas nunca teve esse tipo de repercussão. "Procuro destacar a nossa herança cultural para poder desmistificar essa questão de que nós temos raças aqui no Brasil. Nós somos todos brasileiros, uma junção do branco, do índio e do negro", afirmou, por telefone.
O vice de Bolsonaro relembrou a História para dizer que essa identidade se afirmou pela primeira vez em Guararapes. "Temos a figura do André de Negreiros, como branco, do Henrique Dias, como negro e do Felipe Camarão, como índio", analisou Mourão. A Batalha de Guararapes, entre 1648 e 1649, foi um confronto entre os defensores de Portugal e os holandeses, em Pernambuco.
Na sua palestra, o general fala que nesse amálgama de raças chamado Brasil temos também, além da indolência e da malandragem, a herança do branco, que tem a cultura do privilégio. "Está dentro de nós. Não é demérito, é uma constatação", ponderou. Mourão garante que jamais quis dividir o país. "Muito antes pelo contrário. Nós não temos e não podemos ter racismo aqui", concluiu.