Gaudêncio Fidelis, curador-chefe da Bienal do Mercosul, rebate o texto publicado ontem pela coluna. Nele, denuncio o que considero a arrogância intelectual de quem escreve textos herméticos e incompreensíveis sobre arte. Textos que deveriam lançar luzes sobre as exposições, mas que, na verdade, só afastam o público.
O ponto de vista de Fidelis:
"Fiquei chocado com a virulência de sua nota na ZH! Em primeiro lugar, porque você se acha no direito de chamar a nós, historiadores e curadores, de ignorantes, diletantes ou seja lá o que for, na medida em que escrevemos textos que ninguém entende? E ainda por cima subestima a inteligência do público. Você acha que as pessoas não entendem de arte nem o que está escrito em um texto. Sua fúria e o ódio pela arte ficam claros em sua nota. Você não é historiador de arte, não estudou arte, e não gosta de arte evidentemente. Talvez você esteja movido pelo ódio de algumas pessoas das redes sociais. Não sei, mas me pareceu por hora um Monteiro Lobato do século 21, só que sem a inteligência literária do mesmo.
O ataque à arte tem sido um fenômeno histórico, portanto nada de novo em sua nota, mas esperávamos mais de um jornalista que passou por uma universidade e que deveria ter responsabilidade com um veículo de utilidade pública como o jornal. Sua nota chama todas as mais de 400 mil pessoas que visitaram esta bienal de ignorantes porque elas foram lá, leram os textos e você pressupõe que não os entenderam, já que você, como jornalista, supostamente é mais preparado que todos eles e não os entendeu. Por fim, tem tom de censura porque, pelo xingamento, está dizendo que devemos escrever textos como você, não como expressão didática das exposições".