Para marcar o Dia das Bruxas neste 31 de outubro (sábado), que tal um A a Z dos filmes e seriados de terror? Eis o meu Dicionário Halloween.
Como toda lista, esta aqui não é completa, mas procurei traçar um panorama do gênero que conjuga títulos e nomes históricos com o meu gosto pessoal — aquilo que me dá medo ou que me permite refletir sobre pesadelos reais. Muitas das obras citadas estão disponíveis em plataformas como Amazon Prime Video, Darkflix, Globoplay, Netflix e Now (consulte seus catálogos).
Anthony Perkins — O ator americano (1932-1992) foi eternizado por interpretar Norman Bates no clássico Psicose (1960), de Alfred Hitchcock, que tem a antológica (e inúmeras vezes homenageada/copiada) cena da personagem de Janet Leigh no chuveiro, embalada pelas cordas nervosas da trilha sonora de Bernard Herrmann.
A Autópsia — Exemplo bem acabado do terror claustrofóbico, este filme americano de 2016 tem direção do norueguês André Øvredal. Brian Cox e Emile Hirsch fazem pai e filho, ambos legistas com uma química (sem trocadilho) tocante. Eles ficam intrigados com o cadáver de uma mulher desconhecida, uma certa Jane Doe. A trama combina bem sustos e eventos sobrenaturais com interpretações sobre os pesadelos e monstros da vida real.
O Bebê de Rosemary — Neste filme de 1968 sobre satanismo, ambição pelo sucesso e amor materno, dirigido por Roman Polanski, uma mulher (Mia Farrow) e seu marido, o ator Guy (John Cassavetes), se mudam para um apartamento em Nova York. Logo ficam amigos do casal idoso vizinho (Sidney Blackmer e Ruth Gordon, Oscar de atriz coadjuvante). Quando Rosemary engravida, outra mulher do prédio se suicida, e Guy começa a agir estranhamente.
A Bruxa de Blair — Falso documentário de 1999 dos diretores Daniel Myrick e Eduardo Sánchez, hoje sumidos, e estrelado por um elenco que também não vingou. Heather Donahue, Joshua Leonard e Michael C. Williams encarnam três estudantes de cinema que, literalmente, se perdem em uma floresta de Maryland à procura de rastros de uma lenda. É um dos filmes mais rentáveis da história. Custou US$ 60 mil e arrecadou US$ 140 milhões!
Carpenter, John — Hoje aposentado, o diretor americano de 72 anos retratou o mal como algo quase sobrenatural e imparável, vide o Michael Myers de Halloween (1978), A Bruma Assassina (1980), a Coisa de O Enigma do Outro Mundo (1982), Christine, o Carro Assassino (1983) e as crianças platinadas de A Cidade dos Amaldiçoados (1995). Na sua obra, perder a individualidade é terrível, estamos sempre à mercê de um forasteiro, capaz de nos contaminar e perverter, e pecados do Estado ou da sociedade cometidos no passado podem voltar à tona de forma arrasadora. As trilhas sonoras que Carpenter compôs também são cultuadas.
O Chamado — A melhor refilmagem americana de um terror japonês (leia na letra J). Gore Verbinski dirige o filme de 2002 sobre uma jornalista (Naomi Watts) que, ao investigar a morte da sobrinha, descobre um vídeo com imagens assustadoras — como a da menina Samara saindo de um poço — e uma profecia: quem assisti-lo morrerá sete dias depois.
Deixa Ela Entrar — No filme de 2008 do sueco Tomas Alfredson, Oskar é um menino de 12 anos, vítima de bullying na escola, que encontra uma aliada na guria estranha que só o visita de noite. Ganhou uma versão americana dois anos depois.
Drácula — Criado em 1897 pelo escritor irlandês Bram Stoker, o mais famoso vampiro ganhou três interpretações memoráveis no cinema. O húngaro Béla Lugosi estabeleceu o modelo do personagem no filme homônimo de 1931, dirigido por Tod Browning, o mesmo de Monstros (Freaks). O inglês Christopher Lee tornou-se sinônimo do conde da Transilvânia ao encarná-lo nove vezes entre 1958 e 1976. Em 1992, Gary Oldman foi o corpo e a alma do suntuoso Drácula de Bram Stoker, de Francis Ford Coppola.
Os Estranhos — Do subgênero "jovens que entram em uma roubada em uma casa de campo", este filme de Bryan Bertino (2008) é o meu predileto. Primeiro porque não recorre ao sobrenatural: um trio de mascarados aterroriza Liv Tyler e Scott Speedman. Segundo porque não há justificativa, não é uma punição moral: o casal estava apenas no lugar errado na hora errada. E terceiro por causa da engenhosidade cênica: de modo geral, os vilões aparecem ao fundo, num cantinho da tela ou desfocados. Nós sabemos que eles estão dentro da casa, mas os protagonistas não. Somos sufocados pela expectativa.
O Exorcista — Primeiro terror indicado ao Oscar de melhor filme, deu origem não apenas a uma franquia, mas ao próprio subgênero dos títulos de exorcismo. Mesmo proibida para menores de 18 anos, a obra do diretor William Friedkin foi uma campeã de bilheteria em 1973. Ainda hoje, a história sobre a menina possuída pelo belzebu impressiona, tanto pelas atuações (Ellen Burstyn, a mãe, concorreu ao Oscar de atriz, e Linda Blair e Jason Miller, o padre, foram indicados como coadjuvantes) quanto pela atmosfera, pelos sustos e mesmo pelos efeitos especiais.
A Família Addams — É comédia, claro, mas Gomez, Mortícia, Wandinha, Feioso, Tio Funéreo e Mãozinha, entre outros personagens, contribuíram para a sedimentação de monstros e tipos macabros no imaginário popular. Nascida nas tiras de quadrinhos da década de 1930, estrelou um seriado de TV americana entre 1964 e 1966, dois desenhos animados (1973 e 1992-1993) e três filmes para o cinema — 1991 e 1993, com Raul Julia, Anjelica Huston e Christina Ricci no elenco, e a animação de 2019, que ganhará uma continuação em 2021.
Freddy Krueger — Um dos mais emblemáticos personagens das franquias de terror, surgiu em A Hora do Pesadelo (1984), de Wes Craven. Fruto do estupro coletivo de uma freira em um velho manicônio da Rua Elm, ele começou a carreira invadindo os sonhos de adolescentes para matá-los. Apareceu em nove filmes, incluindo um duelo contra Jason, de Sexta-Feira 13, e em quase todos foi encarnado por Robert Englund.
O Gabinete do Dr. Caligari — O filme de Robert Wiene lançou o expressionismo alemão no cinema e prenunciou o horror do nazismo, usando como alegoria a história do psiquiatra disfarçado de diretor de espetáculos Caligari (Werner Krauss) que usa uma criatura hipnotizada (Conrad Veidt) para cometer assassinatos. As formas geométricas distorcidas e fantasmagóricas simbolizam os tormentos do homem manipulado, como escreveu meu colega Daniel Feix.
Gore — Subgênero que se concentra em representações gráficas de sangue e violência. Entre os expoentes, estão o italiano Holocausto Canibal (1980), com título autoexplicativo, e o holandês A Centopeia Humana (2009), sobre um cientista que une cirurgicamente, pela boca e pelo ânus, duas turistas americanas e um japonês.
Halloween — A franquia do assassino serial mascarado Michael Myers é uma das mais longevas, com 11 filmes desde 1978. Em 2018, David Gordon Green dirigiu uma sequência direta do original: 40 anos depois, a atriz Jamie Lee Curtis volta a viver o terror na pele de Laurie Strode.
O Homem Invisível — O diretor australiano Leigh Whannell mostra como as histórias de terror podem se adaptar aos tempos. Na sua versão (2020) para o clássico escrito por H.G. Wells em 1897, o foco não está no cientista que descobre a fórmula da invisibilidade nem nos dilemas éticos e morais que revestem a trama, como a intoxicação pelo poder e os riscos trazidos pela impunidade. E, em vez de um, temos uma protagonista: pelo olhar da personagem de Elisabeth Moss, o Homem Invisível transforma-se em um símbolo dos relacionamentos tóxicos.
"I see dead people" — "Eu vejo pessoas mortas", a frase que virou um bordão universal, dita pelo personagem de Haley Joel Osment (indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante aos 11 anos) ao psiquiatra encarnado por Bruce Willis em O Sexto Sentido (1999). Sucesso de bilheteria (US$ 672 milhões), o filme impulsionou a carreira do cineasta indiano naturalizado americano M. Night Shyamalan, 50 anos, que depois, entre altos e baixos, provocou medo com Sinais (2002), A Vila (2004), A Visita (2015) e Fragmentado (2016).
It: A Coisa — Uma das tantas adaptações para o cinema de obras do escritor Stephen King (a primeira foi Carrie, a Estranha, em 1976, marcada pelo banho de sangue da protagonista). Lançado em 2017, It é a maior bilheteria de um filme do gênero: US$ 700,3 milhões (o Capítulo Dois, de 2019, fez US$ 473 milhões). A brutal cena de abertura, em que conhecemos o malicioso Pennywise (Bill Skarsgård), abre as portas para um mundo de crianças e adolescentes negligenciados e marginalizados. O diretor argentino Andy Muschietti revela com paciência os dramas pessoais dos integrantes do Clube dos Otários, que são mais perturbadores do que os monstros que aparecem em cena.
Japão — O cinema de horror do país asiático costuma contar a história de fantasmas, espíritos ainda ligados ao mundo físico por conta de emoções mal resolvidas, que acabam levando à vingança. Entre os destaques, estão Ju-on (O Grito, 2000), de Takashi Shimizu, e Pulse (2001), de Kiyoshi Kurasawa, além dos clássicos Kwaidan: as 4 Faces do Medo (1964), de Masaki Kobayashi, e O Gato Preto (1968), de Kaneto Shindo.
Jovens — A vítima preferida e o público alvo de uma série de filmes. Geralmente, são punidos por características da idade, como os desejos sexuais e a inconsequência, vide as franquias A Hora do Pesadelo e Sexta-Feira 13 e os sádicos O Albergue, A Casa de Cera e Wolf Creek (os três de 2005).
Karloff, Boris — Ator inglês (1887-1969) que se celebrizou ao estrelar os filmes Frankenstein (1931), A Noiva de Frankenstein (1935) e O Filho de Frankenstein (1939). Sua caracterização como o monstro é icônica.
Kika Oliveira — Atriz de Mangue Negro (2008), um dos primeiros filmes brasileiros sobre zumbis, escrito e dirigido pelo capixaba Rodrigo Aragão. Depois, ela trabalhou na frente e também atrás das câmeras, como produtora, em A Noite do Chupacabras (2011) e Mar Negro (2013), ambos também assinados por Aragão.
Laugier, Pascal — Diretor francês especializado em filmes perturbadores, sempre com protagonistas femininas traumatizadas, sempre com crianças expostas ao terror, sempre com violência crua e tortura longa, sempre com enfoque no psicológico dos personagens e reversões de expectativa na trama. São dele o polêmico Mártires (2008), O Homem das Sombras (2012), com Jessica Biel, e Incidente em Ghostland (2018, também conhecido como A Casa do Medo), que ficou marcado por um grave acidente nas filmagens, quando a atriz Taylor Hickson caiu sobre cacos de vidro e precisou levar 70 pontos no rosto.
Lon Chaney e Lon Chaney Jr. — O pai (1883-1930) foi um pioneiro das próteses e das técnicas de maquiagem para dar vida a personagens grostescos. O "homem das mil caras" — título de uma cinebiografia estrelada em 1957 por James Cagney — atuou em filmes como O Monstro, O Fantasma da Ópera e A Trindade Maldita (todos de 1925). O filho (1906-1973) deu continuidade ao trabalho: em 1941, ganhou fama como o protagonista de O Lobisomem. Depois, faria O Filho de Drácula e A Casa de Frankenstein.
Midsommar — Diretor de Hereditário (2018), o americano Ari Aster subiu a régua no seu filme seguinte. Em Midsommar (2019), transformou uma história de separação em uma experiência sensorial em meio a um ritual pagão sob o solstício de verão na Suécia.
Murphy, Ryan — Um dos mais contumazes criadores de seriados, o americano que completa 55 anos no próximo dia 9 é o pai de American Horror Story, que já teve nove temporadas desde 2011, Scream Queens (2015-2016) e Ratched, que estreou recentemente.
Neve Campbell — Aos 47 anos, a atriz americana se prepara para retomar o papel de Sidney Prescott na franquia Pânico, iniciada em 1996 por Wes Craven. O quinto filme está prometido para 2022 e também trará, do elenco original, Courteney Cox e David Arquette — além da popularíssima máscara usada pelo assassino, é claro.
Nova Inglaterra — Associado às histórias de horror do escritor H.P. Lovecraft (1890-1937), o Estado americano é o cenário onde o cineasta Robert Eggers, 37 anos, ambientou seus elogiados filmes. Em A Bruxa (2015), ele acompanha, no século 17, uma família cristã excomungada que cai em desgraça quando o filho caçula, um bebê, desaparece à beira de uma floresta. Em O Farol (2019), nos anos 1880, dois marinheiros, um experiente (Willem Dafoe) e um jovem (Robert Pattinson), são consumidos pela rotina dura e monótona numa ilha desabitada, em um exercício estético intenso e aberto a interpretações.
Os Outros — Baseado no romance A Volta do Parafuso, de Henry James, este elegante terror é dirigido pelo chileno radicado na Espanha Alejandro Amenábar e protagonizado por Nicole Kidman. Ela interpreta Grace, que mora com o casal de filhos pequenos numa mansão vitoriana. Enquanto aguarda a volta do marido da II Guerra Mundial, a mãe e as crianças lidam com eventos sobrenaturais e a chegada de uma governanta, um velho jardineiro e uma criada muda.
Overlook — É o nome do hotel imenso, isolado e vazio (será?) para onde se muda temporariamente o personagem de Jack Nicholson, um aspirante a escritor, com a esposa (Shelley Duvall) e o filho pequeno, Danny, para atuar como zelador durante o inverno. Ao adaptar Stephen King, o cineasta americano Stanley Kubrick (1928-1999) criou, em O Iluminado (1980), uma coleção incrível de cenas memoráveis. O filme teve uma continuação, Doutor Sono (2019), com Ewan McGregor no papel de Danny, agora adulto e alcoolista.
Peele, Jordan — Por meio do terror, o diretor e roteirista americano discute o racismo, a perpetuação da escravidão, a normalização da agressão e as tentativas da sociedade americana de apagar e reinterpretar o próprio passado de exploração e violência. Assinou Corra! (2017), Oscar de melhor roteiro original, Nós (2019) — cujo título original, Us, também pode ser lido como a abreviação de United States, Estados Unidos — e é um dos produtores do seriado Lovecraft Country (2020), que mistura os contos sobrenaturais de Lovecraft à evidente veia racista do escritor.
Peli, Oren — Israelense radicado nos EUA, criou em 2007 a franquia Atividade Paranormal. Já houve seis filmes, todos sobre uma família aterrorizada por demônios dentro de casa, todos no estilo chamado de found footage — imagens captadas pelos próprios personagens, como em vídeos caseiros, ou registradas por câmeras de segurança.
Quadrilha de Sádicos — Escrito e dirigido por Wes Craven em 1977, The Hills Have Eyes (título original) é um dos expoentes do cinema de terror que interpretou o medo, o pessimismo e as inseguranças dos EUA das décadas de 1970 e 1980. Parente muito próximo de O Massacre da Serra Elétrica (1974), de Tobe Hooper, mostra o que acontece quando uma tradicional família americana resolve fazer um pequeno desvio em uma viagem à Califórnia e acaba cruzando com um grupo de canibais.
Rec — Franquia espanhola criada em 2007 por Jaume Balagueró e Paco Plaza. Em Barcelona, uma repórter de TV (Manuela Velasco) e seu cinegrafista estão fazendo uma reportagem sobre os bombeiros quando flagram a disseminação de uma infecção raivosa. O sucesso e os sustos do primeiro filme levaram a outros três e a uma versão nos EUA, Quarentena.
Romero, George A. — O cineasta americano (1940-2017) mostrou que zumbis se prestam a metáforas sobre a época em que foram gestados. A Noite dos Mortos-Vivos (1968) é uma alegoria política sobre as minorias vítimas de intolerância e preconceito nos Estados Unidos. Em O Despertar dos Mortos (1978), o diretor criticou o consumismo, e em Dia dos Mortos (1985), o militarismo da Era Reagan. Terra dos Mortos (2005), por sua vez, simbolizou a desigualdade social, tanto no âmbito das cidades quanto na geopolítica mundial.
Sexta-Feira 13 — É um dos maiores sucessos do subgênero slasher, sobre psicopatas que matam aos montes e meio que aleatoriamente. A saga de Jason Voorhees e sua máscara tenebrosa já rendeu, ora, 13 filmes (aí incluídos duelos contra outros personagens), um programa de TV, romances, histórias em quadrinhos e jogos eletrônicos.
Soraya, Rocky — Figura onipresente do terror na Indonésia. O nome do diretor, roteirista e produtor aparece na trilogia Boneca Maldita (2016-2020), O Terceiro Olho (2017), que ganhou uma sequência em 2019, e Suzzanna: Enterrada Viva (2018). São filmes geralmente longos, quase sempre sobre espíritos e possessões, com esforço técnico mas excesso de melodrama.
Tailândia — Vem do Sudeste Asiático um dos finais mais arrepiantes para um filme de terror. É o de Espíritos: A Morte Está ao seu Lado (2004), de Banjong Pisanthanakun e Parkpoom Wongpoom. Depois que sua namorada, que dirigia o carro, atropela uma jovem, fotógrafo começa a ver uma figura sombria nas imagens que registra. Ganhou refilmagem americana em 2008, com o nome de Shutter.
The Twilight Zone — Nome original do seriado conhecido no Brasil como Além da Imaginação. Criado pelo americano Rod Serling, teve 156 episódios em preto e branco produzidos entre 1959 e 1964 (foi relançado em 1985, em 2002 e em 2019). As histórias envolviam paranormalidade e paranoia, viagens no tempo e distopias, aliens e ocultismo.
Um Lobisomem Americano em Londres — Terror com toques de comédia dirigido pelo americano John Landis em 1981, valeu ao americano Rick Baker o primeiro Oscar de melhor maquiagem, graças ao impactante — mesmo para os dias de hoje — trabalho na transformação do ator David Naughton na criatura do título.
Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio — Título brasileiro para Evil Dead (1981), de Sam Raimi, sobre um grupo de amigos que, em busca de diversão numa casa de floresta, acabam encontrando um livro antigo que desperta a morte. O ator Bruce Campbell encarnou o personagem Ash em um punhado de filmes e emprestou sua voz para vários games.
Vampiros — Presentes na mitologia e no folclore de diversas culturas, são conhecidos por se alimentarem da força vital de suas vítimas (geralmente, bebendo seu sangue), das quais se aproximam por meio da sedução. No cinema, já foram, entre outras coisas, personagens grotescos (Nosferatu, 1922), adolescentes "vegetarianos" (na saga Crepúsculo, 2008-2012, não atacam humanos), heróis do comunismo (Camarada Drácula, 2019), roqueiros góticos (Fome de Viver, 1983) e até padres vencidos pela volúpia (Sede de Sangue, 2009).
Vicente Celestino — Autor da popular canção Coração Materno (1937), inspiração para o badalado curta Amor Só de Mãe (2002), de Dennison Ramalho. Apadrinhado artístico de Zé do Caixão, este paulista que se considera gaúcho (morou em Porto Alegre dos sete aos 25 anos) lançou recentemente seu primeiro longa, Morto Não Fala (2018).
The Walking Dead — Baseada nos quadrinhos homônimos, a série de TV sobre zumbis é um fenômeno de audiência. Estreou em 2010 e em breve vai para sua 11ª e última temporada. Encabeçada pelo xerife Rick Grimes, a história pós-apocalíptica já gerou dois spinoffs (Fear the Walking Dead, desde 2015, e a nova The Walking Dead: World Beyond) e deve dar origem a três filmes e mais dois seriados.
Wan, James — Nascido na Malásia, o cineasta de 43 anos é um gênio. Em 2004, criou a franquia Jogos Mortais, do chamado torture porn, filmes que exploram o sadismo do espectador. Em 2011, deu início a outra cinessérie, Sobrenatural (Insidious). Em 2013, cada vez mais sofisticado, lançou um universo cinematográfico, o de Invocação do Mal, sobre os investigadores paranormais Ed e Lorraine Warren (vividos por Patrick Wilson e Vera Farmiga), do qual também fazem parte Annabelle e A Freira.
X the Unknown — Realizada em 1956 por Leslie Norman, é a obra que, segundo os estudiosos, estabeleceu a transição da produtora britânica Hammer dos thrillers de filme B para os longas de horror e ficção científica. A partir daí, viriam os títulos estrelados por Frankenstein, Drácula e a Múmia.
Yeon Sang-ho — Diretor sul-coreano, autor de um sucesso de público e de crítica, Invasão Zumbi (2016), que se passa em um trem para a cidade de Busan.
Yu, Ronny — Diretor nascido em Hong Kong, realizador de A Noiva de Chucky (1998), um dos segmentos da franquia também conhecida no Brasil como Brinquedo Assassino, e de Freddy vs. Jason (2003).
Zé do Caixão — Morto em 2020, aos 83 anos, o cineasta e ator José Mojica Marins foi pioneiro no Brasil e nome respeitado do horror no Exterior. Com capa, cartola e unhas compridas, Zé do Caixão — Coffin Joe para os gringos — estreou no clássico À Meia-Noite Levarei sua Alma (1964) e deu adeus em Encarnação do Demônio (2008), sempre capaz de cometer atrocidades na busca pela mulher que geraria o filho perfeito. Por conta disso, também enveredou pela pornochanchada (A Virgem e o Machão, de 1974, ou Como Consolar Viúvas, 1976) e pelo pornô (A Quinta Dimensão do Sexo, de 1984).
Zombi 2 — Filme sangrento e cult lançado em 1979 pelo italiano Lucio Fulci (1927-1996), o mesmo de O Estripador de Nova York (1983) e um dos mestres do terror em seu país, ao lado de Mario Bava (1914-1980), de A Maldição do Demônio (1960), e Dario Argento, 80 anos, de Suspiria (1977).