É chegar ao aeroporto para bater uma certa insegurança. Não sei contar quantas viagens já fiz na vida. Foram muitas, mas toda vez é assim, como se fosse a primeira. E aí, às vezes, não é só uma sensação de desconforto, mas a coisa acaba descambando mesmo, como se fosse uma marinheira de primeira viagem. Na última, ocorreram pelo menos duas situações, das quais consegui me safar, mas que não precisariam ter acontecido. Não sei se com você é assim. Mesmo conhecendo as regras todas, tendo informações, cometi duas gafes que poderiam ter atrapalhado (e bem!) a viagem.
Não faça como eu:
-Já contei que não costumo fazer compras quando viajo, mas como sou uma "coisista" também não resisto a pequenos objetos — aqueles que não fazem volume nem pesam na mala (ainda mais viajando só com bagagem de mão). Era meu último dia em Vancouver, estava no Mercado Público de Granville Island e, embora encantada com tudo, queria levar algo além das muitas sensações e fotos. Foi quando vi uma pequena espátula para manteiga, arredondada, que nem de longe para mim lembraria uma faca e tinha o sugestivo nome de "Spread Love"(espalha amor, em tradução livre). Perfeita. Suvenir útil e bonito. Pois foi ela que parou minha mala no detector de metais do aeroporto. Por conta do cabo, foi tratada como uma ameaçadora faca. E meu único suvenir canadense ficou lá, naquela caixa cheia de objetos cujo destino é incerto.
-Mas o pior aconteceria antes mesmo de eu chegar à bela cidade canadense. Como tenho dupla cidadania — brasileira/italiana —, uso o passaporte italiano para entrar nos Estados Unidos. Para tanto, basta preencher uma autorização eletrônica (o ESTA), pagar a taxa de US$ 14 e aguardar a autorização. Tudo certo. Porém, me descuidei com as exigências para o Canadá e, ao chegar ao aeroporto de , onde faria a conexão para Vancouver, só no check-in me dei conta de que não tinha a autorização eletrônica para o Canadá. E aí bateu o medo. Por sorte, tinha bastante tempo até o próximo voo e meu celular estava habilitado para ser usado no Exterior. Sentada num canto do aeroporto, preenchi o formulário (o eTA, a US$ 7 dólares), pensando num plano B caso ele não fosse concedido. Por sorte, a autorização foi imediata. Um pequeno susto desnecessário, já que a verificação dos documentos é uma das primeiras, e mais básicas, tarefas de qualquer viajante.