
O conceito de água incolor, insípida e inodora passa longe do produto consumido pela maioria dos porto-alegrenses. Lá se vão quase três meses que a água distribuída pelo Dmae está com gosto e cheiro insuportáveis de lodo.
Em outros tempos, a culpa era das algas que proliferavam no Guaíba no verão. Agora, a justificativa do Dmae é que a enchente aumentou a camada de lodo no leito do Guaíba e que, como o nível do rio está baixo, as bombas de captação acabam sugando parte desses resíduos.
No bairro Moinhos de Vento, onde fica uma das principais estações de tratamento de água, até o cafezinho tornou-se uma experiência desagradável, exceto nas cafeterias que tomam o cuidado de utilizar água mineral. O mesmo vale para os restaurantes: o arroz feito com água da torneira fica com gosto de barro.