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Por meio de um aplicativo desenvolvido pela Companhia de Processamento de Dados de Porto Alegre (Procempa), agentes da Brigada Militar vão poder localizar veículos roubados com o uso de inteligência artificial. O Hórus NG será testado pelos brigadianos a partir da segunda quinzena de março.
O app usa a câmera do celular para analisar em tempo real a placa de veículos e identificar, com dados do sistema da Procempa, se há registro de roubo, furto, clone ou situação irregular. No último dia 13, a direção da companhia foi até o Centro de Operações da Brigada Militar para apresentar a plataforma aos oficiais da BM e esclarecer dúvidas.
A Procempa trata o Hórus como uma grande aposta, e enxerga grande potencial de aumentar o alcance do cercamento eletrônico. A companhia, que também é responsável pelas cerca de 450 câmeras fixas espalhadas pela cidade, diz que o sistema de vigilância por imagens ajudou a reduzir em 88% o número de roubos e furtos de veículos na Capital desde que foi implantado, em 2018.
Havia a intenção de o teste com a BM ter começado no ano passado, mas a enchente de maio adiou os planos. Além disso, o aplicativo chegou a ser testado com a Guarda Municipal, mas não houve sequência já que veículos roubados não são de competência do órgão de polícia municipal, e sim do estadual.
Na prática, o celular com o aplicativo aberto fica preso a um suporte no painel da viatura, e a partir da câmera lê a placa dos veículos na via ou estacionados. O sistema consulta a base de dados do Detran em tempo real, e emite um alerta tanto para o policial no automóvel quanto no Centro Integrado de Comando (Ceic) de Porto Alegre:
- Vermelho se o veículo for roubado
- Amarelo se tiver alguma infração ou ocorrência administrativa pendente
- Verde se está 100%
— O alerta aparece para o Centro de Comando, que faz a validação humana do sinal e avisa a viatura da BM. Hoje as câmeras do cercamento já fazem esse monitoramento, agora os agentes precisam ficar mais atentos porque vão ter mais notificações — explica a diretora técnica da Procempa, Débora Roesler.
Débora diz que planeja conversar com a EPTC para ampliar a utilização do aplicativo, e afirma que o tipo de tecnologia empregada também possibilita fazer reconhecimento facial para identificar desaparecidos ou foragidos — ainda não há previsão de uso desse recurso, mas a diretora confirma que será possível implementá-lo no futuro.