O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Alvo de denúncia que depois se mostrou infundada, o ex-vereador Mário Manfro (ex-PSDB e ex-PTB, hoje Podemos) foi homenageado nesta quarta-feira (29) pela Câmara Municipal de Porto Alegre. A moção de solidariedade foi proposta pelo vereador Claudio Janta (SD).
Em 2016, faltando apenas 15 dias para eleição, o gabinete, o consultório dentário e duas residências de Manfro foram alvos de mandados de busca e apreensão do Ministério Público. Manfro havia sido acusado por Ramiro Rosário de exigir o pagamento de R$ 300 de assessores do PSDB. À época, Rosário era suplente de vereador pelo partido.
Com a imagem arranhada pela investigação, Manfro fez 3,9 mil votos na eleição de 2016 e ficou na terceira suplência do PTB. Foi preciso que se passassem praticamente dois anos até que, em agosto de 2018, o Ministério Público pedisse o arquivamento da denúncia por falta de provas.
— É uma reparação. Faz bem ouvir, mas nada repara o dano que foi causado pelo delator e pelo próprio Ministério Público. Tive o consultório, o gabinete e a casa invadidos. Isso equivale a uma cassação de mandato — desabafa Manfro.
Vereadores de diferentes partidos se revezaram ao microfone para cumprimentar o ex-vereador e lamentar o episódio.
— Nós não temos uma moção de desculpa, de reparação. Mas temos a moção de solidariedade. Nós tínhamos que pedir desculpa pessoalmente ao Mário Manfro por essa injustiça — discursou Janta.
Cauteloso com o futuro, Manfro avalia um retorno à vida pública em 2024, quando pretende concorrer a vereador pelo Podemos.
Ramiro, hoje vereador do PSDB, mas prestes a entrar no Novo, não compareceu à sessão plenária.