O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
A bancada do PT na Assembleia Legislativa pediu à conselheira-substituta Ana Moraes, do Tribunal de Contas do Estados (TCE), a retirada do sigilo sobre os processos que investigam a privatização da Corsan. O requerimento foi enviado nesta quarta-feira (6).
Os deputados Jeferson Fernandes, Miguel Rossetto e Zé Nunes, que integram a Comissão de Economia da Assembleia, já tiveram acesso aos documentos na semana passada, mas não podem divulgar trechos e informações específicas porque receberam os arquivos sob sigilo.
Após ler os processos, Rossetto afirma que não há mais razões para a manutenção de segredo judicial, e argumenta que o leilão de venda já ocorreu em dezembro de 2022.
— Diante do que analisamos, não há nada que justifique a manutenção de sigilo, não há dados bancários, nada. Nós acreditamos que a conselheira vai levantar o sigilo — diz o deputado.
Sem citar números, Rossetto afirma que a leitura dos documentos reforça a tese da oposição de que houve subavaliação do preço de venda da companhia de saneamento. A expectativa da bancada do PT é de que a divulgação dos processos reforce a possibilidade de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a privatização da Corsan.
— Eu tenho acesso às informações, sou deputado estadual, tenho o dever de fiscalizar e prestar contas, mas não posso fazer. A leitura dos documentos só fortalece a opinião crítica a esse processo e eu quero ter o direito de opinar com consistência. A transparência fortalece a obrigação de uma investigação maior — reclama Rossetto.
Procurada pela coluna, a conselheira Ana Moraes disse que irá juntar o pedido do PT ao processo e colocar em discussão na câmara em que atua, por entender que não cabe a ela levantar o sigilo da parte do processo a que os deputados já tiveram acesso, mas estão legalmente impedidos de divulgar. A maior parte das 18 mil páginas não está sob sigilo.