Um fato curioso ocorrerá nesta quarta-feira (1)º na posse dos suplentes que assumem na Câmara de Porto Alegre, com as vagas abertas pela eleição de deputados estaduais e federais. O segundo suplente da bancada do PT, Marcelo Sgarbossa, teve a filiação impugnada pelo ex-vereador Adeli Sell, quarto suplente, e por Everton Gimenis, por ter se filiado ao Partido Verde (PV) em 2022. Na segunda-feira (30), a executiva municipal se reuniu e acatou a impugnação.
Como dois vereadores do PT se elegeram deputados estaduais e o deputado federal Paulo Pimenta se licenciou do mandato para assumir a Secretaria de Comunicação Social, criou-se a seguinte situação: Reginete Bispo, primeira suplente de deputada federal, assumirá a cadeira de Pimenta em Brasília. Como ela também é primeira suplente na Câmara Municipal, Sgarbossa (agora sem partido) e Carlos Comassetto, o terceiro suplente, serão empossados na Câmara.
Sgarbossa se defende da acusação de oportunismo feita por Adeli, alegando que entrou para o PV numa espécie de missão, para facilitar o apoio do partido à candidatura de Edegar Pretto (PT) a governador, depois de receber telefonemas de Pretto e de Pimenta. Ele tem vídeos dos petistas agradecendo sua intervenção em favor da aliança.
Ao saber que poderia assumir como suplente, o vereador decidiu voltar ao PT, por entender que os votos conquistados por ele em 2020 são do partido. O ex-governador Olívio Dutra abonou a filiação, mas Adeli decidiu contestar o retorno ao PT, acusando Sgarbossa de oportunismo.
— Entrei para o PV, um partido que forma federação com o PT. Só isso seria suficiente para poder assumir o mandato sem problemas — diz Sgarbossa.
Se o PT manter a rejeição à filiação do vereador e quiser a vaga na Câmara, terá de entrar na Justiça.
Em nota, a executiva municipal do partido diz que "o entendimento da Justiça Eleitoral é, desde a muito, que o mandato parlamentar pertence ao partido e não ao candidato".