Em busca do apoio do PDT no segundo turno, o ex-governador Eduardo Leite (PSDB) se reúne nesta quarta-feira (5) com o presidente do PDT, Ciro Simoni, e com o candidato derrotado do partido na eleição para o Piratini, Vieira da Cunha (PDT). O encontro será na sede do PDT. No dia seguinte, às 18h, o partido se reúne com a executiva para deliberar sobre o apoio no segundo turno no Rio Grande do Sul.
Na eleição presidencial, o diretório nacional do PDT aprovou o apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, mesmo contrariado, Ciro Gomes disse que respeitará a decisão do partido.
Antes do encontro com Vieira, Leite e seu vice, Gabriel Souza, estiveram com a bancada do PDT na Assembleia. Foi Gabriel quem articulou a visita, na segunda-feira (3), em um telefonema para a deputada Juliana Brizola. Embora tenha sido oposição a Leite ao longo de todo o governo, Juliana diz que a relação sempre foi respeitosa e, por isso, o diálogo é possível.
No encontro, Leite reconheceu que na educação não conseguiu fazer tudo o que gostaria de ter feito e mostrou disposição para abraçar um dos projetos mais caros ao PDT, a ampliação das escolas de tempo integral. O PDT tem outras divergências com Leite, sobretudo em relação às empresas estatais. O partido defende a realização de plebiscito para a venda de estatais e Leite conseguiu derrubar essa exigência da Constituição, contando com a ampla maioria dos deputados na Assembleia.
Assim como o PT, o PDT também não concorda com a venda do Banrisul e da Corsan. Na campanha, o candidato Vieira da Cunha teve duros embates com o ex-governador por causa desses pontos e, principalmente, pelos problemas na educação.
— Senti boa vontade por parte dele para o diálogo. Eu não serei pedra em um possível acordo. Comparado ao outro candidato (Onyx Lorenzoni), Leite é um mal menor — disse Juliana após o encontro.
Encontro com o PP
A bancada estadual do PP se reúne nesta quarta-feira (5), às 10h30min, com o ex-governador Eduardo Leite (PSDB) e seu vice, Gabriel Souza (MDB). Participam da reunião os sete deputados atuais e os três novatos — Joel Wilhelm, Marcus Vinícius de Almeida e Guilherme Pasin. Na quinta-feira (6), os deputados do PP devem ouvir o candidato do PL, Onyx Lorenzoni (PL).
Até o final da semana, o PP deve decidir se fica com Leite ou com Onyx ou se libera os deputados para que apoiem o candidato de sua preferência.
Quem conhece o perfil dos deputados aposta que, se houver opção por um candidato, será por Onyx, apesar de o partido ter integrado o governo de Leite por mais de três anos, ocupando cargos estratégicos, como a Secretaria da Agricultura, primeiro com o deputado Covatti Filho e depois com sua mãe, Silvana Covatti.
Os Covatti ficaram incomodados com a insistência do senador Luis Carlos Heinze em ser candidato. Silvana tinha sido convidada por Onyx para ser sua vice, mas o PP optou pela candidatura própria.
Encontro com o Novo
No périplo em busca de apoio, Eduardo Leite e Gabriel Souza se encontraram com a direção do Partido Novo, que disputou a eleição com Ricardo Jobim.
Nos próximos dias, os líderes do partido irão se reunir para tomar posição, focados nas reformas e “no compromisso com o futuro do Rio Grande do Sul”.
Nos debates, Jobim foi o único candidato a defender a adesão ao regime de recuperação fiscal, mas também fez duras críticas à gestão de Leite. Na Assembleia, os dois deputados votaram a favor das reformas.