A última pesquisa Ipec do primeiro turno confirma o que os levantamentos anteriores indicavam: o Rio Grande do Sul terá uma eleição eletrizante para o Senado, com três candidatos disputando a única vaga. O ex-governador Olívio Dutra segue isolado no primeiro turno, com 31% das intenções de voto, e Hamilton Mourão (24%) e Ana Amélia Lemos (23%) tecnicamente empatados em segundo lugar. Como há 10% de indecisos e um movimento pelo voto útil tanto na campanha de Mourão como na de Ana Amélia, tudo pode acontecer nas próximas horas.
Os números que aparecerão na apuração do TSE serão os de votos válidos. Portanto, o dado a ser comparado é Olívio 36%, Mourão, 28%, e Ana Amélia, 27%.
O PT chega como favorito ao dia da eleição porque soube construir a unidade da esquerda, aliando-se ao PSOL, enquanto a centro-direita e a direita se dividiram em três candidaturas. Na quinta-feira (29), a Comandante Nádia, candidata do PP, renunciou em favor de Mourão, mas na pesquisa ela ainda aparece com 3% das intenções de voto.
Na disputa pelo Piratini, o cenário segue praticamente o mesmo da semana passada, com indicativo de segundo turno entre Eduardo Leite (PSDB) e Onyx Lorenzoni (PL). Leite caiu de 38% para 36% e Onyx subiu de 25% para 27%, oscilações dentro da margem de erro de dois pontos percentuais. O único que cresceu fora da margem de erro foi Edegar Pretto (PT), que passou de 15% para 18%. A distância que o separa de Onyx, porém, é de nove pontos.
Nas simulações de segundo turno, Leite mantém a liderança folgada tanto em uma possível disputa com Onyx (50% a 37%) quanto no confronto direto com Edegar (52% a 30%). Os três primeiros em intenção de voto estão tecnicamente empatados em matéria de rejeição: 22% não votariam em Onyx de jeito nenhum, 21% rejeitam Leite e 20% não querem saber de Pretto.
A liderança de Leite é produto de uma construção política que começou tão logo foi eleito, em 2018, e atraiu antigos adversários para o governo. Foi graças a essa aliança pós-eleição que ele conseguiu aprovar reformas impensáveis, porque impopulares, e conquistou a confiança de empresários. Conseguiu pagar os salários atrasados e retomar investimentos, o que significa ter o que mostrar na campanha eleitoral. Essa construção quase naufragou com a renúncia para tentar ser candidato a presidente e com as desavenças com o MDB, mas na última hora selou a maior aliança e ganhou o maior tempo na propaganda de rádio e TV.
O principal ativo de Onyx é a ligação com o presidente Jair Bolsonaro, coisa que Luis Carlos Heinze (PP) não conseguiu fazer.