O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Os vereadores de Porto Alegre rejeitaram nesta segunda-feira (20) um projeto que permitiria a instalação de hipermercados com área superior a 2,5 mil metros quadrados em todas as regiões da Capital. Atualmente, os empreendimentos de grande porte são restritos a uma região da Zona Norte que compreende partes das avenidas Severo Dullius e dos Estados até a Rua Dona Teodora e a Freeway.
A iniciativa foi derrotada no plenário da Câmara Municipal com a união de forças da oposição e da base do prefeito Sebastião Melo. Foram 27 votos contrários e cinco favoráveis. Apenas os autores do texto se manifestaram a favor da liberação de grandes hipermercados, vetados por lei do município desde 2001.
O principal argumento utilizado pelos vereadores que se colocaram contra o projeto é de que os grandes empreendimentos causariam o fechamento de minimercados e a extinção de centenas de empregos.
— Nesse projeto não tem esquerda e direita. Tem pessoas que defendem as pequenas empresas geradoras de emprego e tem quem acredita que os grandes empreendimentos poderiam vir para a cidade. Precisamos gerar empregos nessa cidade — diz o líder do governo, Claudio Janta (SD), que fez manifestação enfática contra a proposta ao lado do vereador Pedro Ruas (PSOL).
Do outro lado, os autores afirmam que a legislação atual restringe a entrada de novos investidores na Capital. Os vereadores favoráveis à flexibilização também refutam a ideia de que a instalação de grandes hipermercados prejudicaria os pequenos estabelecimentos.
— Porto Alegre tem uma das cestas básicas mais caras do país. Um dos reflexos do preço alto é a falta de competitividade. Quanto mais concorrência, melhor para o consumidor — sustenta o vereador Felipe Camozzato (Novo), um dos autores da iniciativa.
Camozzato reclama que a proposta foi votada às pressas, sem a chance de que os parlamentares pudessem articular mudanças parciais no texto que permitissem a aprovação. Além dele, subscrevem a proposta os vereadores Fernanda Barth (PSC), Jessé Sangalli (Cidadania), Mari Pimentel (Novo) e Ramiro Rosário (PSDB).