O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Dois anos depois de ser preso em uma operação da Polícia Civil, o ex-vereador de Porto Alegre André Carús ainda não foi denunciado à Justiça. O inquérito do caso foi concluído no ano passado, e agora cabe ao Ministério Público decidir se denuncia Carús, cuja detenção completou dois anos na sexta-feira (1º), ou se pede o arquivamento do caso.
O ex-vereador, que era filiado ao MDB, ficou 10 dias preso (seis deles no Presídio Central), sob acusação de obrigar assessores a tirarem empréstimos consignados e ficar com o dinheiro. Depois de sair da cadeia, renunciou ao mandato na Câmara e à presidência do partido na Capital.
De acordo com o delegado Max Otto Ritter, da 1ª Delegacia De Combate à Corrupção (1ª Decor), o inquérito foi remetido ao Poder Judiciário em outubro do ano passado. Além do ex-vereador, outras seis pessoas foram indiciadas por concussão, corrupção ativa ou passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Carús sempre se disse inocente. Após deixar a vida pública, se desfiliou do MDB e decidiu se dedicar à advocacia. Em maio, começou a trabalhar em um escritório de Porto Alegre e, em setembro, foi aprovado no exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Ele disse que acompanha o andamento do caso com angústia e preocupação, mas ressaltou que mantém a consciência "absolutamente tranquila":
— Sempre afirmei e continuo afirmando que não cometi nenhum crime.
Em nota, o Ministério Público informou que deve manifestar sua posição sobre o caso "em breve".
“O inquérito policial tem 45 volumes e é preciso identificar e individualizar a conduta de cada um dos indiciados. O Ministério Público do Rio Grande do Sul está analisando a documentação e em breve irá manifestar sua posição", diz o comunicado.
Em nota enviada à coluna na noite deste domingo (3), a defesa de Carús informou que o indiciamento não contempla o suposto crime de extorsão.
Leia o comunicado:
"André Carús, através de suas advogadas Juliana Leopardo e Thaís Felix, informa que o indiciamento não contempla o delito de extorsão. Além disso, neste momento, é possível que o Ministério Público ao invés do oferecer denúncia entenda pelo arquivamento do inquérito policial ou, ainda, requerer novas diligências para a Polícia Civil. Portanto, situação diferente do que sugere a manchete. Salienta que sempre se mostrou disponível para as autoridades e, conforme já referido, é inocente dos fatos imputados."
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