Com os R$ 10.291,47 que a Câmara Municipal de Porto Alegre gastou para custear uma viagem de ida e volta do vereador Moisés Barboza (PSDB) a Brasília, seria possível fazer três vezes o mesmo roteiro, se o bilhete fosse comprado diretamente da empresa aérea na internet. O vereador ficou intrigado quando viu o valor da passagem, resolveu fazer uma pesquisa por conta própria e se surpreendeu com o resultado: poderia ter feito a mesma viagem por R$ 3.371.
Se pesquisasse um pouco mais, Barboza constataria que com esses mesmos R$ 10.291,47 poderia ir e voltar duas vezes a Lisboa, voando em setembro, na classe econômica.
O vereador foi à tribuna para protestar contra o alto preço da passagem comprada pela agência que atende à Câmara. No telão, exibiu o tíquete da passagem e o orçamento que ele fez como cidadão, para mostrar “o absurdo que se faz com o dinheiro público”.
Como adiantou o retorno, porque a programação já havia terminado, o vereador ainda teve de pagar uma multa de R$ 723. Esse fato o deixou ainda mais indignado:
— Se pelo menos justificassem o preço alto dizendo que era para facilitar a alteração, mas não. Cobraram a multa do mesmo jeito.
Moisés fez um apelo ao Tribunal de Contas para que repense a exigência de contratação de uma agência de viagens, já que, na prática, as passagens acabam custando mais para os cofres públicos.
Depois do discurso, o presidente da Câmara, Márcio Bins Ely (PDT) disse que a Casa já está analisando o contrato para corrigir a distorção.
Veja, abaixo, a reprodução da passagem comprada pela Câmara e a pesquisa de preço feita pelo vereador
