
Ao iniciar o discurso de despedida na transmissão do cargo de prefeito para Sebastião Melo, o ex-prefeito Nelson Marchezan pronunciou duas palavras que, soltas, pareciam não fazer sentido: extremismos e populismos. Em seguida, e antes de saudar o sucessor e as autoridades, explicou que combatera esses dois males em seus quatro anos de governo e que atingira um dos objetivos traçados quando tomou posse, há quatro anos, de acabar com a “síndrome de Gabriela”.
Síndrome de Gabriela é uma referência à resistência às mudanças, sintetizada no refrão da música tema da novela Gabriela, Cravo e Canela. Cantada por Gal Costa, Modinha para Gabriela diz: “Eu nasci assim/ Eu cresci assim/ E sou mesmo assim/ Vou ser sempre assim/ Gabriela”.
O ex-prefeito disse que foi ainda mais difícil mudar em meio a uma crise financeira sem precedentes na história da Capital, no primeiro ano de governo, e à maior crise sanitária mundial, a pandemia de coronavírus, no último ano.
— Vencemos a corrupção histórica, aceita como normal e até necessária. Corruptos e corruptores, neste governo, foram vencidos. Esperamos que sejam punidos.
Marchezan despejou números para provar sua tese de que fez um governo vitorioso: recebeu o governo com um déficit de R$ 437 milhões e deixa um superávit inédito, com as contas pagas e mais de R$ 200 milhões em caixa, além de R$ 1,2 bilhão em financiamentos já aprovados, R$ 1 bilhão em parcerias público-privadas já assinados, R$ 5 bilhões em concessões e PPPs em andamento (o edital do saneamento pode ser lançado ainda no primeiro semestre deste ano) e R$ 1 bilhão em recursos privados de investimentos imobiliários já licenciados para execução nos próximos 12 meses.
Além dos recursos, enumerou:
— Sepultamos a ficha para consulta e hoje em 42% das unidades básicas de saúde já é possível fazer agendamento pelo celular. Garantimos acesso ao SUS a 150 mil porto-alegrenses. Fizemos o cercamento eletrônico em todas as entradas e saídas da cidade, o que permite monitorar 1,5 milhão de placas por dia. Isso fez com que o roubo de carros caísse 60%. Nos ônibus, os assaltos caíram 86%.
O ex-prefeito seguiu fazendo o balanço de sua gestão e embargou a voz quando falou da pandemia:
— Nossa maior e mais dolorosa última grande vitória foi no enfrentamento à pandemia. Ninguém ficou para trás. Ninguém em Porto Alegre ficou sem atendimento. Nem quem veio de fora. Tivemos o menor número de mortes por 100 mil habitantes entre as capitais com mais de um milhão de habitantes. Às famílias dos que faleceram, meus sentimentos. Aos que estiveram à frente da defesa da vida, meu orgulho e meu fraterno muito obrigado.
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