O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Em videoconferência entre a diretoria e representantes das 27 associações regionais do Estado nesta terça-feira (26), integrantes da Famurs foram unânimes ao sustentar que não será viável realizar eleições em 2020. O pleito, marcado para 4 de outubro, deve ser adiado em razão da pandemia de coronavírus.
Conforme o presidente da entidade, Dudu Freire (PDT), prefeito de Palmeira das Missões, a Famurs acolheu entendimento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), que divulgou carta aberta indicando que não há possibilidade de realização do processo eleitoral neste ano. Na reunião, os prefeitos defenderam que a melhor solução seria a unificação de mandatos e eleições únicas em 2022, mesma posição da CNM.
— Toda a campanha gera movimentação intensa e ainda estaríamos alijando do processo pessoas pertencentes ao grupo de risco. O simples adiamento para novembro e dezembro não garante a segurança sanitária, principalmente pela falta de previsibilidade com relação a diminuição dos efeitos da pandemia — diz Freire.
Além do coronavírus, que restringe a circulação de pessoas e a realização de eventos de campanha, o presidente da Famurs argumenta que, se a eleição for realizada muito perto do final do ano, os prefeitos terão prazo muito curto para efetuar o fechamento de contas da gestão. Freire aponta ainda que o pleito tende a aprofundar a desarmonia entre o governo federal e os governadores e prefeitos.
— O clima gerado por uma disputa eleitoral em mais de 5 mil municípios seria como colocar gasolina no fogo, os gestores já estão tendo diversos problemas, pois a pauta está sendo desvirtuada.