O secretário estadual da Educação, Luis Antônio Alcoba de Freitas, deu a versão da gestão atual sobre a mudança no Ensino Médio proposta pelo governo Tarso Genro e que perdeu fôlego no último ano. Alcoba afirma que, na gestão anterior, houve a implantação do Ensino Médio politécnico, que organiza o currículo de acordo com as áreas de conhecimento, e a alteração no método de avaliação, que antes era por notas e, agora, por meio de conceitos.
A alteração promovida no governo Tarso ocorreu a partir de 2012, nos primeiros anos do Ensino Médio, em 2013, nos segundos anos, e em 2014 nos terceiros anos. Segundo o atual secretário da Educação, a nota do Ideb (3,3) deste ano (o teste é aplicado no ano anterior) é o primeiro resultado da alteração feita no governo anterior, já que o índice é aplicado aos estudantes do terceiro ano do Ensino Médio.
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Um ponto de interrogação sobre o novo Ensino Médio
O professor José Clovis Azevedo, secretário da gestão de Tarso, discorda e classifica o entendimento de Alcoba como "equivocado".
– Na realidade, o que levou uma nota baixa do Ideb foi a desmobilização de programas que vinham sendo desenvolvidos, principalmente na formação dos professores e na avaliação permanente. Um dos problemas apontados pelo o Ideb é o alto índice de reprovação entre 2014 e 2015. Esse alto índice de reprovação teria sido diminuído se os programas de recuperação de verão estivessem na ativa. O programa foi instituído no governo Tarso, os alunos ganhavam uma nova oportunidade – explica Azevedo
Em nota, o secretário Alcoba também cita algumas mudanças desencadeadas pelo governo José Ivo Sartori a partir de avaliação do sistema implantado pelo antecessor.
Leia a nota completa:
"1 – A mudança promovida durante o Governo Tarso foi a implantação do Ensino Médio Politécnico. A organização dos componentes curriculares passou a ser feita de acordo com áreas de conhecimento e nas avaliações a expressão do resultado deixou de ser feita por meio de notas e passou a ser por conceitos. Esta alteração ocorreu a partir de 2012 nos primeiros anos, em 2013 nos segundos e em 2014 nos terceiros. Portanto, o IDEB avaliado em 2013 ainda refletia o sistema anterior. A nota deste ano é o primeiro resultado da alteração feita anteriormente, visto que o índice é verificado junto aos estudantes do terceiro ano do Ensino Médio.
2 – O primeiro ano da nossa gestão foi de avaliação do atual sistema. Feito isto, algumas mudanças e correções já foram desencadeadas, tais como:
a) Proposta de reestruturação curricular da Educação Básica como um todo, desde o Ensino Fundamental até o Ensino Médio, visto que os anos finais do Ensino Fundamental não sofreram nos últimos dez anos nenhuma adequação às diretrizes nacionais;
b) O currículo do Ensino Médio também sofrerá mudanças a partir do ano que vem, atendendo anseios das comunidades escolares, quanto aos sistemas de avaliação, metodologia de ensino e planejamento interdisciplinar. A própria Medida Provisória que será anunciada na tarde desta quinta-feira trará reflexos neste processo de reestruturação;
c) Em 2015, 24 mil professores que estão em regência de classe no Ensino Médio passaram pelo processo de formação continuada, com ênfase em planejamento, avaliação e planejamento interdisciplinar, junto às Universidades públicas do RS;
d) O sistema de avaliação próprio do Rio Grande do Sul (SAERS), que permitirá a avaliação das diferentes regiões do Estado, está em fase final de contratação e as provas serão aplicadas ainda este ano. Os recursos são do Banco Mundial (BIRD). O SAERS será um importante instrumento para identificar quais regiões precisam de maior atenção e que tipo de política pública será mais eficiente;
e) Um Grupo de Trabalho, na SEDUC, foi criado para avaliar os índices do IDEB de cada escola. A ideia é lançarmos um programa de metas, para que as escolas conheçam os seus índices e possam melhorá-los em relação a elas mesmas, tendo em vista que temos disparidades de acordo com as regiões do Estado."