
Um relatório lançado nesta terça-feira (15) revela um aumento de 350% nos casos de antissemitismo no Brasil em 2024. O documento foi lançado pela Confederação Israelita do Brasil (Conib), a Federação Israelita do Estado de São Paulo e o Departamento de Segurança Comunitária (DSC/FISESP).
Conforme o presidente da Coniv, Claudio Lottenberg, o Brasil apresentou o maior aumento dos casos globais (961%) desde o início da guerra no Oriente Médio, deflagrada pelos atentados do grupo terrorista Hamas, em 7 de outubro de 2023.
- Os números são realmente muito preocupantes - afirmou.
No primeiro mês de conflito Israel-Hamas, houve um aumento de 1.000% das denúncias, média de 12 denúncias diárias. O documento aponta um total de 1.788 casos e atingindo recorde histórico no Brasil, com o aumento de 350% dos casos em 2024. O ambiente digital é o principal vetor: 73% das denúncias ocorreram no ambiente online, com o X (ex-Twitter) liderando (48%) e o Instagram em segundo (37%).
Lottenberg atribuiu grande parte do aumento dos casos ao que considera uma "guerra midiática".
- Ao contrário da guerra militar, a guerra midiática é uma guerra de todos os judeus - destacou.
O presidente da Fisesp, Marcos Knobel, observou que o povo judeu tem um histórico de perseguições que vem de séculos.
- Hoje vimos o antissionismo se transformar em antissemitismo.
O diretor executivo da Conib, Sergio Napchan, conduziu o evento, realizado no clube Hebraica de São Paulo.
- O relatório é importante também para definir estratégias de atuação da Conib e junto às autoridades, uma vez que o aumento dos casos afeta toda a sociedade - pontuou.