
O sul do Brasil é o segundo maior mercado ilegal de cigarros do país — 36%, atrás apenas do Nordeste (43%).
De acordo com estudo do Fórum Nacional contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), o contrabando diminuiu nos últimos anos, por consequência de fatores como o endurecimento e aumento da repressão por parte das forças de segurança. Há outros fatores, como a elevação do dólar e uma certa estabilidade tributária, que diminuiu a diferença de valor entre o produto legal e o ilegal.
Porém, com aumento do preço do mínimo e do IPI em novembro/24, o preço do produto legal subiu e voltou a se distanciar do ilegal — o que leva a uma tendência de crescimento do mercado ilícito. Isso porque, na prática, já tivemos essa experiência em 2016 quando houve aumento do imposto sobre cigarro e três anos depois o ilegal atingiu seu ápice no país com mais da metade do mercado (57%).
O Brasil perde quase meio trilhão de reais com ilegalidade em 15 setores da economia, segundo o FNCP. Vestuário é o mais impactado com perdas de R$ 87,3 bilhões. Em seguida, vem bebidas (R$ 29 bi), higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (R$ 21 bi), cigarros (R$ 8,8 bi), celulares (R$ 9,7 bi) e audiovisual (R$ 4 bi). O contrabando de cigarro segue entre as atividades mais rentáveis aos criminosos. Em 2024, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu R$ 59 milhões.
Veja alguns números sobre o contrabando de cigarro
- Marca de cigarro contrabandeado do Paraguai (Gift) está entre as três mais vendidas no RS, representando 10% do mercado
- 92% da venda do produto ilegal é feita por meio de varejo
- Nos últimos seis anos, R$ 3,8 bilhões deixaram de ser arrecadados no RS
- Em 2024 o mercado ilegal de cigarros movimentou em média R$ 75 milhões no estado
- A estimativa de perda em 2024 ICMS R$ 204 milhões