
Coerente com seu slogan "America First" (América Primeiro), o governo Donald Trump deve cortar dezenas de consulados e outras representações pelo mundo - inclusive no Brasil.
A informação foi divulgada inicialmente pelo jornal The New York Times e confirmada pela coluna junto a fontes diplomáticas, sob anonimato.
No Brasil, o principal alvo deve ser o Escritório da Embaixada dos EUA em Belo Horizonte, que não tem status de consulado, ou seja, não emite vistos. O consulado americano em Porto Alegre não está, a princípio, na lista das representações diplomáticas americanas a serem fechadas por Trump.
O prédio foi reaberto em 2017, depois de 21 anos fechado. Desde então, a representação diplomática, localizada na zona norte na Capital, tem estreitado laços entre os EUA e o Rio Grande do Sul e facilitado a vida dos gaúchos que desejam fazer visto americano. Há consulados também em Recife, Rio de Janeiro e São Paulo - além do escritório em Belo Horizonte e da embaixada, em Brasília.
O clima entre funcionários das representações no Brasil é de incerteza. Circula internamente a informação de que serão cortados 20% dos quadros de forma geral do departamento - o que inclui os funcionários no Exterior -, mas não está claro como isso ocorrerá. Conforme fontes, o escritório de Belo Horizonte não fornece vistos - logo, não seria rentável, o que pode ser um dos motivos para o encerramento das operações.
Nem os consulados nem a embaixada comentam oficialmente os possíveis cortes - todos os pedidos de esclarecimentos por parte da imprensa estão sendo endereçados para a sede do Departamento de Estado, em Washington.
Ao fechar representações pelo mundo, os EUA diminuem a projeção de sua imagem e interesses globais - ironicamente, em um momento em que a China, principal rival estratégico americano, vem crescento em influência. Atualmente, segundo estudo do Lowy Institute, os EUA contam com 271 postos diplomáticos, contra 274 da China.
Conforme a reportagem do Times, os consulados mais atingidos estão localizados na Europa. Há uma lista de funcionários do Departamento de Estado compartilhada com o Congresso americano, citando algumas das representações que deveriam ser fechadas: estão incluídos os consulados em Florença (Itália), Estrasburgo (França), Hamburgo (Alemanha) e Ponta Delgada (Portugal). Nesse texto, há a inclusão do que seria um consulado no Brasil - embora, possa ser a agência de Belo Horizonte.
O plano faz parte de um corte mais amplo promovido por Trump, que tem como assessor Elon Musk, responsável por cortes em agências e departamentos em busca do que seria considerado pela Casa Branca "desperdício governamental".