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O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
O bilionário Elon Musk, um dos "meninos de ouro" da nova gestão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vem atuando com frequência na cúpula da Casa Branca.
Ele é o chefe do Departamento de Eficiência Governamental dos EUA (Doge) e sua função, em poucas palavras, é desburocratizar o governo americano e, principalmente, cortar gastos. Quando assumiu o cargo, Musk afirmou que, ao juntar esforços no governo, poderia alcançar uma redução de US$ 1 trilhão no déficit federal até 2026.
E vem agindo para isso. Na quinta-feira (13), defendeu a eliminação de "agências inteiras". O empresário, que é dono da Tesla, da SpaceX e do X, comparou a manutenção das agências a uma "erva daninha".
— Precisamos eliminar agências inteiras ao invés de deixar muitas delas para trás. Se não eliminarmos as raízes do mato, fica fácil para o mato crescer novamente — disse Musk durante a Cúpula de Governos Mundiais em Dubai.
As intenções e a influência de Musk sobre o republicano já vêm surtindo efeitos. Na última semana, conseguiu convencer Trump a suspender a maioria dos funcionários da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla em inglês) e congelar seu financiamento.
A USAID é o principal órgão de assistência humanitária do país e responsável por 40% de toda a ajuda no mundo. Em 2024, por exemplo, repassou US$ 20,6 milhões (cerca de R$ 118 mi) para projetos no Brasil. No ano passado, a USAID destinou US$ 1 milhão para atender às vítimas das enchentes no Estado.
Na mira
Outra agência interna que está na mira de Elon Musk é o Escritório de Proteção Financeira do Consumidor (CFPB), criado há 14 anos, em resposta à crise econômica de 2008. O órgão é parte do Banco Central americano e fiscaliza e pune instituições que cobram taxas abusivas de clientes.
Existem outras agências internas dos EUA, responsáveis por diversas áreas como segurança, inteligência, aplicação da lei, regulação e serviços públicos. As mais conhecidas são: FBI, CIA, NSA e USSS (Serviço Secreto).
E Musk já demonstrou desacordo com algumas delas, como, por exemplo, a Administração Federal de Aviação (FAA), com a qual teve desentendimentos quando ocorreram atrasos em questões relacionadas à segurança e aos regulamentos para lançamentos de foguetes da SpaceX. O empresário já expressou frustração com o que considera "regulamentação excessiva e lenta" por parte da FAA.
Musk também se mostrou crítico das Agências Reguladoras de Energia e Meio Ambiente, argumentando que elas podem ser excessivamente restritivas e prejudiciais ao desenvolvimento da infraestrutura necessária para promover a energia renovável — vale ressaltar que Trump nunca expressou muito interesse em pautas ambientais.
Quanto à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC), ele já chamou o órgão de "agência de assédio" e argumentou que as regras e investigações sobre suas declarações afetam a inovação.
Nenhuma dessas agências foi mencionada por Musk como alvo de "fechamento", mas podem estar em seu radar.