O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
No mesmo dia em que ocorre o segundo turno das eleições municipais no Brasil, no domingo (27), os eleitores do Uruguai vão às urnas para decidir o próximo presidente, senadores e deputados.
A atual disputa está entre o candidato do partido de esquerda Frente Ampla e pupilo de Pepe Mujica, Yamandú Orsi, e Álvaro Delgado, do Partido Nacional e ex-secretário do atual presidente, Luis Alberto Lacalle Pou.
As atuais agências de pesquisa do Uruguai dão vitória ao candidato Orsi. O instituto Opción, por exemplo, projeta Orsi com 42% e Delgado com 24%.
O que chama a atenção é que esse seria o retorno da esquerda ao poder, após perder em 2020 para Lacalle Pou de uma coalizão de centro-direita. Antes disso, a Frente Ampla esteve no poder por 15 anos, com Tabaré Vázquez, por duas vezes distintas, e Pepe Mujica.
No Uruguai, o mandato do presidente é de cinco anos, ou seja, o próximo eleito assume de 2025 até 2030. Se nenhuma chapa presidencial obtiver mais de 50% dos votos, haverá um segundo turno em 24 de novembro.
Os candidatos
Yamandú Orsi vem do meio rural e é ex-prefeito de Canelones, segunda comunidade mais populosa do país. Ainda em março deste ano, foi acusado de uma suposto episódio de violência contra uma mulher trans ocorrido em junho de 2014, caso que não foi comprovado e foi arquivado pela Justiça. Sua candidata a vice é Carolina Cosse.
Álvaro Delgado foi Secretário da Presidência de Lacalle Pou e é visto como "figura-chave no Poder Executivo". Em 2015, tornou-se senador e liderou uma comissão investigativa de irregularidades na ANCAP, estatal de petróleo do país. Em 2019 foi reeleito senador e convidado a ser secretário do presidente. Sua parceria de chapa é Valeria Ripoll.
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