Junto com o Catar, o Egito é o único país capaz de conter, de alguma forma, a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas. Para ficarmos em alguns argumentos:
- O país governado pelo ditador Abdul Fatah al-Sisi é o único, além de Israel, que faz fronteira com a Faixa de Gaza;
- É o que país árabe com melhor relação com Israel, tendo selado a paz em 1979 e cujo tratado é a espinha dorsal de alguma estabilidade no Oriente Médio, tendo aberto as portas para o reconhecimento do país junto a outras nações árabes;
- É no Egito que fica Rafah, o posto de passagem que se tornou um portal de esperança para milhares de estrangeiros que conseguiram deixar Gaza desde 7 de outubro e por onde ingressam medicamentos, água, comida e combustível no território conflagrado;
- O Egito é o único país árabe com poder de barganhar com Israel, uma vez que, ao romper o acordo de 1979 (como ameaçou fazê-lo se houver ataque no sul da Faixa de Gaza), pode complicar a situação geopolítica para o governo israelense, arrastando outras nações árabes para o conflito;
- E tem interlocução com o Hamas. O grupo terrorista surgiu no interior da Irmandade Muçulmana, uma organização que, por sua vez, originou-se no Egito, em 1928.
Por tudo isso, o Egito, onde Lula está, é um ator fundamental para o jogo político da região. Para o Brasil, em especial, tem sido fundamental para a retirada de cidadãos da zona de guerra desde 7 de outubro - não apenas participando da negociação com Israel para a saída desses refugiados como permitindo o pouso de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) em seu território para o resgare.