Há algumas semanas, um vídeo com o ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama tem sido divulgado nas redes sociais em oposição ao desdém inicial de Donald Trump quanto à ameaça do coronavírus. Nele, o democrata afirma em tom, visto pelos olhos de hoje, profético:
- É muito provável que chegue uma doença que se transmita pelo ar e seja mortal. Para que possamos lidar com ela de forma efetiva, é necessária a criação de uma infraestrutura, não só aqui, mas globalmente, que nos permita isolá-la rapidamente e para que possamos responder também de forma rápida. Portanto, se ou quando uma nova estirpe de vírus, como a gripe espanhola, surgir daqui a cinco ou 10 anos, já teremos feito o investimento e estaremos adiantados para poder fazer-lhe face.
O vídeo foi gravado em 2 de dezembro de 2014, quando visitou o campus do National Institutes of Health (NIH) em Bethesda, Maryland, para pedir mais financiamento para a pesquisa do ebola. À época, o vírus devastava a África Ocidental.
Em um discurso diante de um auditório lotado no NIH Clinical Center, o presidente elogiou as contribuições da equipe. Ele também enfatizou a necessidade de autorização emergencial de recursos do Congresso para garantir que os esforços de pesquisa e saúde pública do país contra o ebola levem o mais rápido possível ao fim desse surto devastador.
Obama enfatizou a importância de investir em pesquisas a longo prazo:
- Tivemos sorte com o H1N1 que não se mostrou mais mortal do que o esperado. Não podemos dizer o mesmo do ebola, porque obviamente está a ter um efeito devastador em África.
Embora o discurso tenha sido muito focado no desafio do ebola, a necessidade de se desenvolver infraestrutura nos Estados Unidos para se enfrentar um vírus como o que agora o mundo enfrenta, de fato, é bastante visionário. Para quem se interessar pelo discurso, aqui está a íntegra (em inglês).