
O que deve andar preocupando o presidente do Grêmio é que, se Luan não quiser negócio, ele joga até junho recebendo seu salário milionário e depois assina pré-contrato com outro clube. Só que, neste caso, a indenização fica com o jogador.
O clube teria perda total na participação dos direitos federativos. Depois de assinar pré-contrato, Luan joga mais seis meses, outra vez recebendo salário milionário, e no final do ano se transfere para outro lugar.
Luan deu uma Copa do Brasil e uma Libertadores ao Grêmio com seu protagonismo, mas pode sair levando muito dinheiro e deixando sérios prejuízos para o clube. É a lei, e nada se pode fazer.
RELAÇÕES ÉTICAS — Não existe mocinho no futebol. Todos os dirigentes tratam de satisfazer suas entidades. Reclamam quando alguém ultrapassa os limites éticos, mas logo ali, dependendo do interesse, agem de forma igual ou semelhante. O Corinthians procurou Luan, falando diretamente com o jogador e com seu empresário. O Grêmio não gostou, e se viu isso na entrevista do presidente Romildo Bolzan após a vitória sobre o São Paulo.
Ele lembrou que seu clube está aberto a negociações, desde que a linha seja direta entre dirigentes. Tem razão o presidente gremista. Assim fica mais fácil e é mais ético. Mas devo lembrar que, quando o Grêmio contratou o centroavante André, foram ouvidas muitas reclamações dos dirigentes do Sport, que não queria se desfazer do jogador, de que o Tricolor teria tratado diretamente com o jogador.
Assim as questões do futebol profissional no Brasil. Os mesmos que reclamam hoje são os que fazem igual amanhã. Respeito o depoimento do dirigente gremista, que quer cuidar dos interesses do seu clube. Mas, neste caso, a banca paga e recebe.