Finalista de um concurso com outras quatro capitais – Milão (Itália), Cidade do Cabo (África do Sul), Adis Abeba (Etiópia) e Belfast (Irlanda do Norte) –, a prefeitura de Porto Alegre busca em Israel a criação de um dinheiro exclusivo para a região do 4º Distrito.
Organizada pela Colu Technologies, que desenvolve um aplicativo para moedas virtuais, a competição recebeu projetos de mais de cem cidades do mundo inteiro.
A ideia funcionaria assim: a cada pagamento com cartão de crédito, em bares ou lojas do 4º Distrito, os clientes ganhariam dinheiro virtual dentro do aplicativo. Depois, essa grana cibernética seria trocada por cafezinho, à la minuta, cerveja, xis ou qualquer coisa – em resumo, o consumidor ganharia dinheiro sempre que gastasse.
Os empresários, por outro lado, também seriam incentivados a fazer a moeda circular:
– O dono de um restaurante, por exemplo, vai poder usar a moeda virtual para comprar um arranjo de flores na floricultura vizinha – prevê a coordenadora técnica do projeto, Marcela Ávila, que está em Tel Aviv (com passagens e estadia pagas pela Colu Technologies) para apresentar a proposta de Porto Alegre.
Duas cidades, entre as cinco finalistas, sairão vencedoras. Elas vão receber, durante seis meses, uma espécie de consultoria da empresa israelense – uma equipe da Colu visitará os municípios para garantir a implementação do projeto.
– O principal não é o aplicativo, mas o método de implementação que eles oferecem. É o que faz a moeda dar certo. Já funcionou em Tel Aviv e em Dublin, onde o estímulo para consumir em determinadas regiões cresceu bastante – diz o coordenador de Articulação Institucional da prefeitura, Rodrigo Corradi.
O resultado do concurso deve sair no início de abril. Se Porto Alegre ganhar, a nova moeda ajudará na estratégia de revitalizar o 4º Distrito, uma zona que aos poucos ganha um colorido boêmio, mas ainda é cheia de imóveis vazios.