O namoro já tinha um ano e, agora, saiu o casamento: o Patria Investimentos, um dos maiores fundos de private equity (participação em empresas), vai aportar R$ 320 milhões na Rands, braço financeiro e de serviços da Randoncorp, de Caxias do Sul.
— A Rands vem crescendo como uma startup, a 46% ao ano nos últimos três a quatro anos. Já fomos 2% da receita do grupo, hoje somos 6% e queremos chegar a 10%. É para esse novo ciclo que estamos nos unindo ao Patria — diz Daniel Ely, vice-presidente executivo da Randoncorp e diretor de operações da Rands.
Segundo Ely, os recursos serão destinados especialmente a aquisições na área de consórcios, porque a Rands quer ajudar a consolidar o segmento (concentrar sob seu controle o grande número de empresas), que vem crescendo cerca de 20% ao ano na última década.
— No Patria, temos uma área que foca em empresas com alto crescimento. Estávamos mapeando quem está melhor posicionado e ficamos impressionados com os números e as trajetória da Rands. Foi quando começou namoro — detalhou Bruno Tupinamba, diretor-gerente de High Growth do Patria.
Embora os consórcios sejam uma alternativa de menor custo, em tempos de juro ato, para adquirir bens de alto valor, como imóveis e veículos, Ely e Bruno afirmam que o negócio não está focado nesta fase de Selic na estratosfera.
— A ideia é anterior a tudo isso, porque o consórcio é muito resiliente a altos e baixos do mercado. São uma boa opção com a Selic alta, com financiamento muito caro, mas tem bom desempenho mesmo quando a taxa baixa, por ser uma ferramenta de planejamento — diz Ely.
Sob o guarda-chuva da Rands, estão desde negócios tradicionais da Randon, como a Racon, de consórcios, quando inovações como a Addiante, parceria com a Gerdau Next.